Setor primário, de produção de açúcar, salvou o mês de agosto, por causa do período de safra: +2,6%
A produção industrial de São Paulo apresentou retração de -0,7% de janeiro a agosto, frente ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada na terça-feira (8/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em agosto, após três meses seguidos de queda, a produção da indústria paulista cresceu 2,6%, na comparação com o mês de julho, baseada no setor primário. “A influência positiva na indústria paulista veio, entre outros fatores, do crescimento na produção de açúcar, pois estamos no meio da safra de cana-de-açúcar 2018/2019”, disse o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.
QUEDA EM 9 DAS 15 REGIÕES PESQUISADAS PELO IBGE
No acumulado no ano até agosto, 9 das 15 regiões pesquisadas pelo IBGE apresentaram retração na produção industrial. A mais aguda foi registrada no Espírito Santo (-12,8%), seguido por Minas Gerais (-5%). Região Nordeste (-4,4%), Mato Grosso (-4,3%), Bahia (-3,1%) e Pernambuco (-2,3%) também tiveram quedas mais intensas do que a média nacional da indústria (-1,7%). Pará (-0,9%), São Paulo (-0,7%) e Rio de Janeiro (-0,5%) completaram o conjunto de locais com recuos, nesse indicador.
O Paraná lidera as altas, com avanço de 6,5% no ano, seguido por Rio Grande do Sul (4,9%) e Santa Catarina (3,2%). Santa Catarina (3,2%), Goiás (1,9%), Ceará (1,7%) e Amazonas (1,0%) também mostraram taxas positivas no indicador acumulado do período janeiro-agosto de 2019.
A produção indústria nacional geral acumula queda de -1,7% nos oito primeiros meses de 2019. O crescimento de 0,8% da atividade industrial na passagem de julho para agosto de 2019, somente uma das quatro grandes categorias econômicas e 10 dos 26 ramos pesquisados mostraram expansão na produção.
Para o Iedi, “a alta de agosto, ainda que tenha sido a mais intensa de 2019 na série com ajuste sazonal, foi suficiente apenas para anular as perdas acumuladas entre maio e julho deste ano (-0,9%). Em segundo lugar, foi relativamente concentrada, contemplando apenas dez dos vinte e seis ramos acompanhados pelo IBGE, isto é, 61% do setor não conseguiu crescer em agosto. Dentre os macrossetores, apenas bens intermediários ficaram no azul (+1,4%), enquanto todos os demais reduziram produção, com destaque para bens de consumo duráveis que registrou -1,8%. Bens de capital e bens de consumo semi e não duráveis, em ambos os casos, recuaram -0,4%”.
O Instituto alerta ainda que, dos 26 ramos industriais acompanhados pelo IBGE na passagem de julho para agosto, apenas 38% registraram alta de produção – “notadamente alimentos, derivados de petróleo e extrativa”.
“Os piores resultados foram registrados por ramos da indústria de transformação, notadamente, confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4% ante jul/19 com ajuste), farmoquímicos e farmacêuticos (-4,9%), móveis (-4,0%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,0%)”.
No ano, a indústria de transformação não cresce e acumula queda de -0,4% de janeiro a agosto.
A produção industrial brasileira no governo Bolsonaro se encontra abaixo dos patamares alcançados em 2018. Segundo o IBGE, a indústria recuou -2,3%, na comparação com igual mês do ano passado. Para este mesmo período, o setor de Máquinas e Equipamentos, um dos setores mais importantes para o crescimento da indústria e da economia brasileira, apresentou queda de -3,1%.
Ainda sobre o mês de agosto, indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o faturamento real da indústria a nível nacional (deduzido o efeito da inflação) apresentou queda de -5,7% em relação a agosto do ano passado. Nos oito primeiros meses do ano, o faturamento ficou negativo em -1,9% sobre o mesmo período do ano passado, segundo a entidade.