“Não deixaremos que os nazistas governem”, cantavam milhares de manifestantes no protesto contra a posse do novo governo de coalizão do primeiro-ministro, Sebastian Kurz (31). A manifestação ocorreu na segunda-feira (18), em Viena, nas proximidades da Praça dos Heróis (Heldenplatz), contra o acordo do novo chanceler que cedeu seis ministérios aos neonazistas do Partido da Liberdade da Áustria, conhecido por sua fundação durante a década de 1950 organizada por “ex-nazistas”.
“Partido Popular e Partido da Liberdade da Áustria juntos? Penso que isso foi pra extrema direita demais”, disse um jovem à rede de TV portuguesa TVI24 durante a manifestação. Uma outra senhora, que também participava do protesto, afirmou que se manifestava “porque era contra os cortes sociais, contra a xenofobia e contra o governo em geral”.
A posse do novo governo ocorreu no Palácio Imperial de Hofburg, na Praça dos Heróis, onde ficam as residências oficiais do presidente e do chanceler austríaco. Para chegarem lá, tanto o novo chanceler Kurz quanto seus ministros e equipe tiveram que entrar por um túnel secreto devido a manifestação. O então presidente, Alexander Van der Bellen, chegou a declarar que não daria posse a um governo fascista em seu país, porém acabou realizando a cerimônia sem maiores problemas.
O partido neonazista entrou oficialmente no governo na sexta-feira passada, após dois meses de negociações com o partido de Kurtz. Com o acordo, o Partido da Liberdade da Áustria recebeu seis ministérios, entre os quais o ministério da Defesa, das Relações Exteriores e do Interior, além de indicar como vice-primeiro-ministro o atual líder do partido, Heinz-Christian Strache.