A Assembleia Geral de emergência da ONU votou esmagadoramente nesta quinta-feira (21) a favor de uma resolução condenando o reconhecimento, pelo governo Trump, de Jerusalém como capital de Israel e chamando a respeitar as resoluções internacionais sobre a questão. 128 países apoiaram a resolução, apesar das ameaças de Washington. Com os EUA e Israel só votaram seis pequenos países ilhas do Pacífico e Honduras. 35 nações se abstiveram, entre os quais Paraguai e Colômbia. O Brasil votou a favor da resolução. Antes, os EUA já haviam perdido por todos contra 1 no Conselho de Segurança da ONU.
O resultado da votação da AGNU foi saudado como uma “vitória” pela Palestina. “Essa decisão reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional. Continuaremos nossos esforços nas Nações Unidas e em todos os fóruns internacionais para pôr fim a essa ocupação e estabelecer nosso estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital”, afirmou o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Às vésperas da votação, a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, havia ameaçado quem votasse contra os EUA: “vou estar anotando os nomes”.
Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Turquia, país que co-patrocinou a convocação da assembléia geral da ONU, afirmou que a votação “mostrou mais uma vez que a dignidade e a soberania não estão à venda”. Ele agradeceu a “cada país que apoiou a resolução”, apesar das ameaças explícitas da Casa Branca.
A Assembléia Geral extraordinária da ONU – um mecanismo que só foi usado antes por 10 vezes – é convocada quando o CS falha em chegar a uma decisão – no caso, os EUA vetaram. Não tem caráter impositivo, mas tem enorme peso político.
Vários oradores, antes da votação, reiteraram que apenas uma solução de dois Estados e o respeito às fronteiras de 1967 podem ser a base para uma paz duradoura entre Israel e Palestina. A ocupação de Jerusalém Oriental pelas tropas israelenses jamais foi reconhecida pela ONU, o que implicou em que nenhum país mantenha embaixada ali, e sim em Tel Aviv, o que agora Trump tenta violar com uma canetada.
“A recente decisão de um Estado membro da ONU de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel viola o direito internacional, incluindo todas as resoluções relevantes da ONU. Esta decisão é um assalto ultrajante a todos os valores universais”, assinalou o chanceler turco.
A embaixadora Haley parecia ainda mais apoplética do que na histórica reunião do Conselho de Segurança em que aliados de sempre dos EUA, como Grã Bretanha, França e Japão, votaram contra e o resultado final foi todos, absolutamente todos, unânimes contra Washington.
Mais descompensado que ela, só o embaixador israelense Danny Danon, que relembrou sua “capital bíblica” e chamou de “marionetes puxados pelas cordas de seus mestres de marionetes palestinos” todos os 128 países que votaram contra a usurpação. Além de investigado por corrupção em Israel, ele é conhecido por seus vínculos com o assalto a terras palestinas pelos “colonos” sionistas.
Sob a esmagadora votação de repúdio, Trump se saiu com sua costumeira truculência: “deixe-os votar contra nós. Vamos economizar muito. Nós não nos importamos”. Mas, como dizem os comentaristas de futebol, a bola já está lá dentro.
A.P.
Problema de soberania e demarcação do território. Os Estados Unidos podem reconhecer Israel como país. O Território deve ser demarcado o mais rápido possível. Juntar dados da região e demarcar território
Deve ser porque é fácil assim que desde 1948 – portanto, há quase 70 anos – a Palestina se tornou a área mais sangrenta do mundo. O imperialismo e a opressão aos povos existe, leitor.
E Chipre?
Votaram com os EUA e Israel apenas as Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau, Togo, Guatemala e Honduras. Chipre votou com o mundo, isto é, com a maioria.
Composição da ONU: Islã, Eurásia e Ricos Ocidentais
Faltou, além da Ásia, Europa e dos países islâmicos em geral, a África, a América Central, o Caribe, e, claro, a América do Sul. Foram os países dessas partes da Terra – isto é, todas – que esmagaram a posição do Trump.
O mundo sabe que Jerusalem foi fundada e habitada pelos judeus, mas o lobby árabe é muito forte. Se o mundo começasse a deixar de passar a mão na cabeça dos atuais palestinos e falassem grosso com eles, com certeza os palestinos deixariam de só exigir e não ceder em nada. Arafat já disse que Israel vai ser comida como se fosse mingau, pelas beiradas. Abbas segue o mesmo caminho. Como os palestinos sabem que o mundo não gosta dos judeus, então é cômodo para nunca aceitarem acordos honestos. Os judeus desde o início aceitaram dividir o território com os árabes, mas estes não aceitaram e foram à guerra e perderam. E desde então os árabes não tiveram a humildade fazerem um acordo honesto com Israel. … P.S. Só quero ver se o HP vai publicar o que escrevi
O problema não é, ou não são – e nunca foram – os judeus, que não têm razão alguma para se identificar com a cúpula nazi-israelense, como disse o grande violinista judeu Yehudi Menuhin. Seu pai, aliás, o grande combatente judeu Moshe Menuhin, sintetizou a questão em uma frase lapidar: “judeus deveriam ser judeus, não nazistas” (leia a matéria de Grace Halsell, que publicamos em 2007, Um tributo a Moshe e Yehudi Menuhin). A cúpula sionista está se escondendo atrás dos judeus – e, portanto, promovendo a política mais antissemita que o mundo já viu, desde Hitler. O que o mundo sabe, leitor, é que milhares de palestinos foram mortos desde 1948, milhões foram desterrados, e Israel, para manter essa política genocida, tornou-se um estado policial, como disse Norman Finkelstein (que, por sinal, é judeu), com uma monstruosa folha-corrida no quesito “direitos humanos”. No entanto, você acha que o problema é que o mundo não gosta dos judeus – como se os judeus fossem responsáveis pelos crimes da cúpula israelense! Pois não são. E não são obrigados a ser. Sobre o resto de sua mensagem, o que podemos fazer é aconselhar, urgentemente, a leitura de duas obras de autores judeus, ambos com bastante vivência em Israel: “A Limpeza Étnica da Palestina“, de Ilan Pappé, e “O Apartheid de Israel“, de Nathaniel Braia. Sobre sua dúvida se iríamos publicar o que você escreveu, ela não procede: nós aqui só não publicamos pornografia (política ou de outra espécie). Ignorância não é motivo para não publicar um comentário. Exceto, evidentemente, se o preconceito advindo da ignorância – ou se a ignorância advinda do preconceito – passarem dos limites aceitáveis pela convivência humana.
Vocês falam em preconceito e ignorância. Vocês são o supra sumo da honestidade e imparcialidade quando o assunto é Israel.
Claro que somos. Sobretudo da isenção – em resumo, nós não escondemos os fatos.
Quanto às obras de 2 autores judeus, eles tem todo o direito de serem contra a existência de Israel, mas vocês já viram eles serem ameaçados de morte por outros judeus? Bem ao contrário dos muçulmanos, que são condenados à morte quem fizer acordo com Israel. Claro que vocês vão falar do assassino do primeiro ministro de Israel Ytzhak Rabin, mas este até hoje tá preso, enquanto que os muçulmanos são vistos como heróis. Israel não é conquistador, luta pela sobrevivência. É o único país do mundo jurado de morte. Claro que vocês não vão concordar, mas paciência, fazer o que…. Eu li os protocolos sábios de Sião, leio o Le Mond em português, li vários artigos do Braia, mas o que vocês pegam como verdade eu pego como mentira… Eu não vou mudar a mentalidade de vocês assim como vocês não vão conseguir mudar a minha,… Mas uma coisa é certa, Israel só tá vivo até hoje por saber que se não lutar vai pra banha, e falar que Israel faz limpeza étnica, uma falácia pura. Os palestinos já disseram em árabe, não em inglês, que quando for criado o Estado palestino onde é Israel, nenhum judeu poderá viver lá. Se isso não for limpeza étnica, não sei o que é. E discordo da opinião dos que se dizem ser contra Israel mas não são contra judeus… Quem é contra Israel é sim contra judeus, tanto que quando se faz protestos no mundo contra Israel já falam em matar judeus… Mas vocês tem todo o direito de contestar minha argumentação… Somos democráticos, não? Só mais uma coisa… Karl Marx, quando esteve visitando Jerusalém constatou que a maioria era composta por judeus. Mark Twain também fez a mesma constatação quando visitava a região. Os ingleses é que traíram os judeus. De um lado via com bons olhos o renascimento de Israel e por outra lado fizeram o tal Livro Branco que impedia de os judeus viveram em Israel.
Sim, já “vimos” – pelo relato deles – tanto um quanto outro serem ameaçados de morte em Israel. Foi por isso que, após uma repugnante perseguição, ambos decidiram sair de lá. Os judeus não têm, insistimos, nenhuma razão para se identificar com os crimes da cúpula israelense. Agora, Enio, para ser democrática, a discussão tem que respeitar a verdade. Não se trata de uma questão de opinião. Há 24 anos, pelos Acordos de Oslo, a OLP, representando os palestinos, reconheceu Israel. Quem desrespeitou esses acordos foi o governo israelense, pois eles estipulavam a criação do Estado palestino – que, aliás, já faz parte da resolução da ONU que criou Israel. Portanto, é evidente que os palestinos não estão propondo que seu Estado seja “onde é Israel”. Fora isso, você inventou uma viagem de Marx a Jerusalém. Mas é verdade que, em artigo para um jornal americano, em 1854, Marx escreveu que a “população sedentária de Jerusalém é composta de cerca de 15.500 almas, das quais 4.000 são muçulmanas e 8.000 judias”. Resta saber o que significa população “sedentária” em uma região cuja população era composta, principalmente, por nômades. Mas isso nem é o principal. A fonte de Marx é, nessa questão, duvidosa. O “cientista político” israelense Shlomo Avineri – que foi quem exumou esse artigo de Marx – afirmou que seria um Censo realizado pelos turcos, que ocupavam, na época, a Palestina. Não é verdade. Pelo contexto, parece que Marx confiou demais em informações de viajantes. Além disso, é importante a continuação do texto de Marx: “Os judeus, no entanto, não são nativos, mas de países diferentes e distantes, e só são atraídos por Jerusalém pelo desejo de habitar o Vale de Josafá e morrer nos lugares onde o messias é esperado“. Quanto ao uso que hoje sionistas fazem do relato de Mark Twain de sua viagem à Palestina – em 1867, quando a Palestina estava ocupada pelos turcos – só podemos dizer que você não leu esse texto. A propósito, segundo o Censo realizado em 1878, em toda a Palestina havia 25 mil judeus para uma população total de 400 mil pessoas, ou seja, 6%.
Esqueci de mencionar que também leio os artigos de Noam Chomsky.
Vocês pedem para eu ler os artigos que vocês recomendam… Vocês poderiam ler os artigos do mídia sem máscara…
Claro que nós lemos. Nós aqui lemos tudo. Quanto a gostar…
O Israel moderno existe há quase 70 anos… Ele veio pra ficar, não tem mais volta. Agora os inimigos de Israel tentarem digerir aceitando a situação ou viver em estado de guerra por toda a eternidade
Você acha mesmo que são os palestinos que querem viver “em estado de guerra por toda a eternidade”?