Faltando pouco menos de um ano para a eleição presidencial, candidatos republicanos sofreram duras derrotas. O revés atingiu diretamente a Trump, que se envolveu pessoalmente nas campanhas. Os candidatos democratas venceram na terça-feira (05/11) nas eleições nos Estados da Virgínia e Kentucky.
Diante de 20 mil simpatizantes durante um ato em Kentucky, na noite de segunda-feira, 4, o presidente dos EUA havia dito que uma vitória de Andy Beshear, candidato dos democratas, seria uma “mensagem muito ruim”, chamando seus correligionários a não deixar que isso acontecesse com ele.
Um dia depois, Beshear foi vitorioso. A diferença de votos foi estreita e o republicano Matt Bevin recusava-se a admitir a derrota apesar das declarações de autoridades eleitorais locais. Nesse mesmo Estado, o presidente obteve em 2016 quase 30% a mais de votos que a candidata rival à Casa Branca, Hillary Clinton.
Na Virgínia, pela primeira vez em 25 anos, os democratas conquistaram a maioria nas duas casas do parlamento. O líder do partido democrata Tom Perez falou em uma “vitória histórica”, que “abala Trump e todos os republicanos”. Ele convocou os democratas a lutarem com “energia sem precedentes”, em todos os Estados, para derrotar Trump no próximo ano. Tendo já o governador, os democratas ficaram agora na direção dos principais níveis de poder nesse estado.
“Eu espero que todo mundo” na Virginia vote “para enviar uma mensagem a Washington”, tinha tuitado Trump dias atrás, colocando essa eleição como símbolo da defesa do porte irrestrito de armas e de uma suposta “luta contra a imigração” com base na discriminação racial, questões que dominaram o debate eleitoral.
Em um país dividido e cheio de contradições, essas eleições eram vistas como uma prova sobre o nível de aceitação de Trump, o quarto presidente da história dos EUA a ser ameaçado por um processo de destituição via impeachment. Trump responde por um caso de pressões contra o governo da Ucrânia.
Já no Estado de Mississipi, o candidato republicano, Tate Reeves, estava bem posicionado para ganhar o governo do Estado à frente ao democrata Jim Hood, que defendeu posições próximas às republicanas, particularmente pró-armas de fogo e contra a imigração. Entre os dois, os eleitores ficaram com o original.