O presidente boliviano, Evo Morales, convocou, este domingo, novas eleições gerais na Bolívia.
O anúncio de Evo segue o compromisso assumido por ele de que o faria, caso fossem declaradas irregularidades que comprometessem o resultado estabelecido pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), através de uma auditoria com a participação da Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Decidi convocar novas eleições nacionais para que, mediante o voto, se permita ao povo boliviano eleger democraticamente novas autoridades”.
Morales também solicitou que a Assembleia Legislativa do país promova – o mais rápido possível – um acordo nacional e que sejam estabelecidos os procedimentos para a renovação dos integrantes do TSE.
O informe da OEA reconhece a vitória de Evo Morales como primeiro colocado no pleito recente (ainda que coloque em dúvida a diferença que lhe reconduzia à Presidência já no primeiro turno), “tendo em conta projeções estatísticas”.
Evo considerou o informe suficiente para motivar a convocação das novas eleições.
Pelos resultados que foram aferidos pelo TSE, Evo (através de seu partido o Movimiento Ao Socialismo – MAS), obteve 47,8% dos votos, com 10,57% a mais que o segundo colocado, Carlos Mesa, o que, pelas leis bolivianas lhe davam a vitória já no primeiro turno.
A reação dos fascistas, incentivados pelo segundo colocado, foi partir para atos de vandalismo racista, incluindo ataques a mulheres e indígenas e agressão à casa da irmã de Evo.
“A Bolívia está vivendo momentos de conflito com o risco de enfrentamentos graves entre bolivianos. Como Presidente minha principal missão é proteger a vida, preservar a paz, a justiça social, a estabilidade econômica e a unidade de toda a família boliviana”, enfatizou Evo Morales, acrescentando que “pacificar a Bolívia” é “responsabilidade de todos”.
Este é pronunciamento de Evo Morales na íntegra:
Convidamos esta coletiva de imprensa para nos expressarmos novamente sobre a situação política que nossa querida Bolívia está atravessando.
A Bolívia está passando por momentos de conflito com o risco de confrontos sérios entre bolivianos. Como presidente, minha principal missão é proteger a vida, preservar a paz, a justiça social, a estabilidade econômica e a unidade de toda a família boliviana. Portanto, ouvindo os membros da Central dos Trabalhadores bolivianos, o Pacto de Unidade, nossos setores sociais decidiram:
Primeiro, renovar todos os vogais eleitorais do Supremo Tribunal Eleitoral. Nas horas seguintes, a Assembleia Legislativa Plurinacional, de acordo com todas as forças políticas, estabelecerá os procedimentos.
Segundo, convocar novas eleições nacionais que, por meio de votação, permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos.
Irmãs e irmãos da imprensa, para o povo da Bolívia, depois dessa decisão que tomamos, quero pedir que seja reduzida toda a tensão, todos nós, todos temos a obrigação de pacificar a Bolívia.
Peço o respeito entre famílias, respeito à propriedade privada, respeito às autoridades, respeito a todos os setores sociais; tudo o que temos na Bolívia é a herança do povo boliviano e não entre os bolivianos que podemos ser prejudicados. Portanto, meu pedido a todos e a todos, é garantir a coexistência pacífica; garantir o fim da violência para o bem de todos.
Muito obrigado.
Veja também entrevista concedida pelo presidente Evo Morales: https://www.youtube.com/watch?v=cw4cw_iPXa8