A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro, no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.
A entidade questiona a informação, dada pelo próprio Bolsonaro, de que ele e o filho Carlos Bolsonaro sequestraram uma gravação das ligações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde ambos têm casa. Bolsonaro alegou que fez isso para supostamente “evitar adulteração do conteúdo”.
A ABI diz que Bolsonaro e Carlos “acessaram, em data ainda imprecisa, por meios impróprios, elementos probatórios de uma investigação criminal sigilosa e em andamento, os quais poderiam elucidar o iter criminis percorrido pelos principais suspeitos do assassinato”.
De acordo com a entidade, o ato de Bolsonaro e seu filho 02 “carece de investigação”. “É imperioso verificar quando e de que modo ocorreu o acesso” aos áudios, e também se a Polícia já havia realizado a perícia do material, “o que até o momento segue sem razoáveis esclarecimentos”.
A entidade pede que o STF determine “a apreensão do computador onde estão armazenadas as gravações do condomínio para a realização de perícia, incluindo as gravações do circuito interno de câmeras e do material eletrônico obtido indevidamente” por Jair e Carlos Bolsonaro, material indispensável para investigação do caso Marielle Franco.
O relator do caso será o ministro Alexandre de Moraes.
As gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra foram divulgadas no Twitter pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho 02 e que também mora no condomínio na zona sul do Rio.
“Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar. Pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha”, confessou Bolsonaro.
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