O ex-chefe da tropa de choque de Eduardo Cunha e atual articulador político de Michel Temer, Carlos Marun, admitiu que está usando instituições públicas como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para chantagear prefeitos e governadores que estão contando com créditos desses bancos. Marun diz que só libera o dinheiro se houver reciprocidade no apoio à reforma da Previdência. “Estamos conversando sim com governadores que estão esperando a liberação de financiamentos da Caixa Econômica e Banco do Brasil e estamos dizendo a eles que eles precisam convencer os deputados a votarem pela reforma da Previdência”, disse.
Marun acha a chantagem uma coisa muito natural. “Os créditos do Banco do Brasil e da Caixa são ações de governo, sendo assim, para que os governadores recebam esses financiamentos tem que haver reciprocidade. Eles têm que apoiar a reforma da Previdência, ou então eles podem pedir esses financiamentos no Bradesco ou em qualquer outro banco”, disse Marun, em entrevista nesta terça-feira (26). “Os governadores terão que convencer os parlamentares se quiserem receber os créditos”, acrescentou o Secretário da Articulação Política do governo.
Os governadores estão indignados como comportamento do governo. Eles consideram essa retaliação como um ato ilegal por parte do Planalto. Os bancos públicos não podem, na opinião deles, ser instrumentalizados de maneira tão rasteira pelo governo. Essa atitude só revela mesmo é que todas as outras medidas adotadas pelo Planalto, como liberação de emendas para comprar deputados, distribuição de cargos, ameaças, fechamento de questão e outras maracutaias não estão surtindo o efeito que eles esperavam. A base aliada está cada vez mais rachada. Os parlamentares não são burros de se suicidarem politicamente só porque Temer quer mostrar serviço aos bancos.
A cada dia que passa mais desgastada fica a proposta do governo. O país sabe que não há rombo nenhum na Previdência. Que o que ocorre é que o governo não quer colocar a sua parte dos recursos, que a Constituição determina, no fundo da Previdência. Não põe e diz que isso é rombo. Ele desvia a verba das aposentadorias para o pagamento de juros da dívida pública. O que Temer quer é dificultar ao máximo a aposentadoria do povo para poder desviar mais dinheiro para os banqueiros. E, para justificar esse assalto, eles falam em fim dos privilégios. Só que nos verdadeiros privilégios dos verdadeiros marajás eles não vão mexer.
Quem vai ser prejudicado com a reforma de Temer é o trabalhador que ganha salário mínimo e que vai ter que contribuir por 40 anos para poder se aposentar. Quem vai se prejudicar é o trabalhador que trabalha em ambiente insalubre porque as aposentadorias especiais acabam. Quem vai sair no prejuízo é a aposentada que é pensionista, que terá limitado o seu ganho a dois salários mínimos. Eles não vão tocar nas aposentadorias do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, onde se concentram os privilégios.
Democracia brasileira: Temer pede aos empresários pedirem aos deputados para aprovarem a reforma da previdência. Mas se recusa conversar com trabalhadores. Militares são os grandes beneficiários da reforma. EQUAÇÃO BRASILEIRA = MILITAR + POLÍTICO > DEMOCRACIA
Os grandes beneficiários com o ataque atual à Previdência, se ele fosse aprovado, seriam os bandidos do sistema financeiro, sobretudo (mas não somente) os estrangeiros, que estão alucinados para colocar a mão no dinheiro dos trabalhadores. Em segundo lugar, os monopólios multinacionais, que, a rigor, são um apêndice do sistema financeiro nos países da sua matriz. Os militares não têm nada a ver com isso, leitor.