Manifestantes iraquianos bloquearam nesta terça-feira (19) a entrada do porto de Khor al-Zubair, segundo maior porto do Iraque, próximo à cidade de Basra, no mais amplo e gigantesco repúdio à sangria das riquezas ao estrangeiro, contra o desemprego e a corrupção e em defesa de serviços públicos decentes (água, eletricidade e atenção à saúde).
Desde o início dos protestos em outubro, foram assassinadas mais de 300 pessoas em Bagdá e no sul do país, a maior repressão desencadeada contra a população desde a derrubada do governo nacionalista de Saddam Hussein, em 2003. Nas manifestações no início do mês passado, nas mesmas regiões, forças de repressão e franco-atiradores mataram 149 civis, segundo relatório oficial, que registrou ainda que 70% dos mortos foram a tiros “na cabeça ou no torso” e o governo tentou usar o pretexto de que “perdera o controle” sobre sua as forças de repressão.
OPERAÇÕES INTERROMPIDAS
Exportador de carregamentos de condensados de gás, o porto recebe remessas de produtos de petróleo refinado, commodities, material de construção e eletricidade e alimentos. Conforme um funcionário do local, “as operações de descarga de commodities e bens que precisam ser transportados de caminhão foram completamente interrompidas”.
Na pauta de reivindicações dos manifestantes encontram-se a derrubada dos dirigentes corruptos e alinhados com as potências estrangeiras, que têm inviabilizado o desenvolvimento do país. A exportação de petróleo bruto e a importação de refinado é um dos muitos exemplos citados pelos iraquianos.
Por se encontrar cercado e fortemente armado, até o momento outro terminal localizado perto de Khor al-Zubair ainda não foi afetado pelos manifestantes.
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