Nenhum sinal à vista de recuperação da economia no terceiro trimestre do ano. De acordo com o Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado nesta quinta-feira (21/11), houve variação de 0,1% ante os três meses anteriores. Ou seja, o país não saiu do zero.
O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve de indicador de crescimento da economia. O Monitor do PIB-FGV considera resultados oficiais anteriores e o desempenho de setores como indústria, serviços e comércio, além do consumo das famílias e exportações para fazer suas análises e previsões.
O resultado oficial do PIB será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 3 de dezembro. Se confirmado, a estagnação do terceiro trimestre se soma aos resultados medíocres verificados no primeiro trimestre (-0,1%) e no segundo trimestre (0,4%) deste ano.
Indústria parada
De acordo com a FGV, na análise das grandes atividades econômicas, foi a indústria que teve maior contribuição para o resultado fraco.
“Enquanto a indústria de transformação estagnou no terceiro trimestre, a exportação apresentou a terceira queda consecutiva”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
“Dada a importância da indústria em criar empregos de qualidade e disseminar o crescimento para o conjunto das atividades econômicas, este padrão compromete a qualidade da expansão do PIB”, opina o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O volume de produção das indústrias do Brasil caiu -1,2% no período, segundo dados do IBGE, devido a recuos em 64% de seus ramos. Com isso, completou o equivalente a um ano de retrocessos, já que não cresce desde o final de 2018. As exportações, sofrendo também pelo enfraquecimento da indústria e aumento dos envios de produtos primários, caiu 4,7% sobre o mesmo período do ano passado.
Previsões
Neste cenário, é ainda generosa a previsão do mercado para o ano: de acordo com o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), a economia deve crescer 0,92% em 2019.
PRISCILA CASALE