
Faixa “Stuart Angel Vive” foi estendida na Base Áerea do Galeão, onde o atleta do time e militante foi torturado e morto pela ditadura
Milhares de flamenguistas acompanharam a partida do time para a final da Libertadores contra o River Plate, em Lima, no Peru. Durante as comemorações, os torcedores estenderam uma faixa em homenagem ao remador Stuart Angel na despedida do time no Aeroporto do Galeão.
A faixa foi instalada pelos membros da “Flamengo Antifascista” e contou com o apoio de milhares de torcedores por todo o país.
“Stuart Angel foi torturado, morto e enterrado na cabeceira da pista da base aérea do Galeão. Hoje 48 anos após sua morte, pelas mãos da ditadura militar, pudemos homenageá-lo no local em que sofreu, como lembrança por toda dedicação e títulos vestindo nosso manto sagrado. Histórico”, declararam os membros da torcida.
Remador do clube, Stuart Angel Jones era também militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8) e foi preso e torturado até a morte na base aérea do Galeão, no Rio, em 1971. Segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), teve seu corpo enterrado na cabeceira da pista do Galeão.
Em setembro deste ano, a jornalista Hildegard Angel, recebeu as certidões de óbito de seu irmão e de sua mãe, Zuzu Angel. Segundo a CNV, Zuzu e Stuart foram vítimas de “morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”.
A irmã de Stuart celebrou a homenagem dos flamenguistas ao atleta: “Stuart Angel Vive! O Flamengo não esquece o heroísmo de seus atletas. Flamengo não abandona a memória de seus campeões. Vivas às torcidas democráticas do Flamengo”.
Festa da torcida
O embarque da delegação do Flamengo para Lima, no Peru, mobilizou a torcida do Flamengo em todo o Rio de Janeiro. A festa começou ainda pela manhã, no Ninho do Urubu, com a presença dos torcedores ao lado de fora. Enquanto Jorge Jesus preparava a equipe em atividade para a decisão, a multidão se aglomerava à frente da entrada e entoava os cânticos recorrentes no Maracanã.
A chegada do ônibus do Flamengo ao Aeroporto Internacional do Galeão, rumo à decisão da Libertadores em Lima, continuava em paz apesar das dificuldades inerentes à enorme multidão.
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