A avenida Paulista voltou a ser palco neste domingo de mais uma manifestação de solidariedade ao povo boliviano e ao presidente Evo Morales, em favor da democracia e da soberania, e contra o golpe fascista.
Entoando “Pátria sim, colônia não”, “Evo amigo, o povo está contigo” e “Áñez assassina, o povo não te quer”, brasileiros e bolivianos se concentraram em frente do Museu de Arte de São Paulo (MASP), de onde saíram em passeata pela Paulista, fazendo tremular bem alto a Wiphala, bandeira originária andina.
“Nossa mobilização é uma reação à covarde agressão a que nosso povo está sendo submetido por policiais e militares, que a mando da autoproclamada presidenta Jeanine Áñez vem multiplicando o número de assassinatos, que já passa dos 30”, afirmou Veronica Yujra, coordenadora do evento.
Como deferência e referência, uma extensa faixa com o nome de cada um dos democratas abatidos pelos golpistas foi relembrado com os manifestantes realizando uma parada na Praça do Ciclista, emocionando a muitos dos presentes.
A covarde agressão aos direitos humanos, frisou Veronica, está mais do que evidenciada nas várias centenas de manifestantes feridos à bala e no grande número de lideranças populares presas. “Temos uma ditadura implantada em que não há mais liberdade de expressão e só aparecem as verdades de Áñez, Mesa e Camacho”, acrescentou.
Veronica denunciou que diferente do final de semana anterior, houve uma desmobilização da comunidade boliviana por conta da intensa e dirigida divulgação de fake news: “mentiram massivamente que seria um ato contra Evo, quando somos a favor, que seria um evento com confrontos, com violência, quando somos de paz”.
DERROTAR O GOLPE
“Estamos nas ruas para impedir o banho de sangue, para repudiar e derrotar o golpe com uma saída democrática, sem colocar um fuzil na cabeça de ninguém”, declarou Roger Mina, representando a subsede Oeste Lapa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Segundo Sérgio Renato, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, “a mobilização revela a crescente resistência dos nossos povos contra o retrocesso, contra essa tentativa de transformar nossos países em colônias do imperialismo estadunidense”.
Para Sônia Coelho, da Marcha Mundial de Mulheres, “temos de ser solidários com Evo, que é um presidente que tem feito a diferença e garantido vários avanços indiscutíveis, entre eles na própria questão feminina”. “A Bolívia é o único país na América Latina em que existe paridade de mulheres no parlamento”, frisou.
Membro da comunidade boliviana em São Paulo, Mario Tardoya lembrou que seu país “se divide em tempos antes e depois de Evo” e que isso “reforça o compromisso de cada um e de todos de barrar o atual desgoverno golpista e entreguista”. “Lutamos para ampliar a frente de luta em defesa da democracia, em defesa do retorno do nosso presidente”, concluiu.
LEONARDO WEXELL SEVERO