“É o primeiro ministro antiambiental da história”, disse a ex-ministra
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), declarou que o governo Bolsonaro “não consegue ter uma inserção consistente e respeitável” na Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP-25, “em função do desmonte da agenda ambiental e climática” e porque tem o “primeiro ministro antiambientalista da história”.
A Conferência, que está acontecendo em Madrid, desde o dia 2 de dezembro, discute as medidas que podem ser tomadas internacionalmente para a preservação do meio ambiente. Por anos o Brasil ocupou papel de destaque na reunião, mas durante o governo Bolsonaro isso deixou de acontecer.
“O Brasil poderia dar uma das maiores e melhores contribuições no debate da COP-25, mas não o faz porque o governo deliberadamente não quer. O governo escolheu um ministro para desmontar a agenda ambiental. É o primeiro ministro antiambientalista da história”, declarou a ex-ministra.
“O Brasil chega nessa COP-25 de cabeça baixa”. “O desmatamento aumentou em torno de 29,5%, quase 10.000km². O governo abandonou as Políticas de Mudanças Climáticas, o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia e temos o aumento da violência contra os povos indígenas”, continuou.
Depois do assassinato de dois indígenas no Maranhão, Bolsonaro não prestou solidariedade. Ao invés disso, ele preferiu atacar aqueles que deram apoio e chamou a ativista Greta Thunberg de “pirralha”.
Para Marina, “o governo deveria atacar as quadrilhas criminosas que estão destruindo e saqueando a Amazônia e não quem se solidariza com as comunidades e os familiares das lideranças indígenas assassinadas, como a jovem ativista Greta Thunberg”.
“É um vexame atrás do outro”, concluiu.
Marina participou de atos e fez conferências na COP-25. Um dos atos aconteceu em defesa dos indígenas e em protesto contra o assassinato de lideranças dos índios no Maranhão.
“Os povos indígenas sabem manejar com sabedoria os recursos naturais. São os mais capacitados para nos ensinar como evitar o precipício da destruição. Mas enfrentam uma dupla tentativa de eliminação, seja física ou por assimilação cultural”, escreveu a ex-ministra no Twitter.
A participação do ministro Ricardo Salles na conferência tem sido lastimável. Em um dos atos, ele se recusou a homenagear os indígenas assassinados.
Ele não deu as mãos durante um minuto de silêncio para homenagear lideranças assassinadas na Amazônia.
A homenagem foi proposta pelo ativista Caetano Scannavino, coordenador do projeto Saúde e Alegria, para relembrar os caciques Guajajara Firmino Prexede e Raimundo Belnício, assassinados no Maranhão na manhã do sábado (7).
A ação ocorreu durante encontro do ministro com representantes de ONGs que atuam na Amazônia, durante a COP 25.
Também na segunda-feira pela manhã (9), ele participou de um evento promovido pela sociedade civil, com a presença de empresários e parlamentares, entre eles o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ). Cobrado pelo descaso ambiental no país, Salles abandonou o local após ter ouvido apenas duas pessoas.