Em meio à euforia de uma “recuperação da economia”, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto, recuou para 0,17% em outubro em relação a setembro, quando o índice registrou 0,48%.
Os dados, com ajuste sazonal (para compensar períodos diferentes) foram divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central (BC) e não sustentam a citada euforia de setores da mídia.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país em um determinado período. Segundo o BC, no acumulado do ano, o IBC-Br registrou 0,95% e em 12 meses 0,95%, uma “prévia” que sinaliza um resultado do PIB em 2019 abaixo dos anos de 2017 e 2018, quando a economia registrou 1,3% e 1,3%, respectivamente, ambos os índices foram revisados.
No início do ano, o governo Bolsonaro estimava um PIB em torno de 2,5%. Na primeira semana de janeiro, a previsão do boletim Focus do BC era de 2,53%. Durante o ano, a estimativa de crescimento da economia desabou para 0,8%.
Em novembro deste ano o governo e o Banco Central anunciaram que o crescimento da economia ficará em torno de 0,9% este ano.
O resultado do PIB oficial é divulgado pelo IBGE. O IBC-Br incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além de impostos.
ESTAGNAÇÃO
No mês de outubro, o comércio varejista ficou estagnado. Segundo o IBGE, as vendas variaram apenas 0,1% em relação a setembro, já descontados os efeitos sazonais. No comércio varejista ampliado, que inclui as vendas de veículos, autopeças e material de construção, a alta de +0,8% foi menor que o mês anterior.
A produção industrial brasileira acumula queda de -1,1% de janeiro a outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até outubro, 57% dos ramos da indústria estão no vermelho e entre os que cresceram só metade deles conseguiu reforçar seus resultados, segundo o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). Em outubro, 12 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE, 46% do total, não conseguiram expandir sua produção.
Além da indústria estar sofrendo as consequências da política desastrosa de Bolsonaro e Paulo Guedes, surge no horizonte uma péssima notícia para o setor agrícola brasileiro, setor que, bem ou mal, até agora, é quem está sustentando esses baixos índices de crescimento. A notícia é o fechamento, nesta sexta-feira (13), do acordo comercial entre a China e os EUA.
No acordo, os americanos se comprometeram a comprar mais produtos agrícolas dos EUA. Isto significará uma redução inexorável das vendas agrícolas brasileiras.