
O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo pediu solidariedade e justiça ante os atentados contra os povos indígenas. “Não deixemos agravar essa cicatriz da sociedade brasileira que é a perseguição aos povos originários do Brasil”, afirmou.
No vídeo divulgado nesta quarta-feira (18), Dom Walmor comenta os recentes atentados sofridos por indígenas e comunidades tradicionais no Brasil. “É preciso se solidarizar com os índios. Mais do que isso, devemos exigir das autoridades competentes séria e célere apuração dos fatos. Que a justiça seja feita!”.
Para o arcebispo, “é vergonhoso ter que conviver, em pleno século XXI, com perseguições e atentados contra a população indígena em razão da ganância, da ganância da mineração, sobretudo, crimes graves, movidos pela ambição desmedida, por uma escravidão ao domínio do dinheiro”.
O presidente da CNBB reforça que “exercer a opção preferencial pelos pobres, selo de autenticidade da fé cristã, é estar ao lado dos índios, dos que vivem nas ruas, dos sofredores e marginalizados, todos nossos irmãos e irmãs”.
“Não deixemos agravar essa cicatriz da sociedade brasileira que é a perseguição aos povos originários do Brasil. Não se troca a vida por riquezas. A paz é o maior tesouro que uma civilização pode conquistar. Seja a busca pela paz o horizonte permanente das relações humanas, compromisso inarredável que exige respeito a todos os povos, principalmente aos indígenas, excluídos de nossa sociedade, a exemplo de Jesus e dos que Dele estavam próximos no templo do presépio”, concluiu Dom Walmor.
Veja o vídeo:
CIMI
No dia 24 de setembro, o Conselho Indigenista Missionários (CIMI), ligado à CNBB divulgou em Brasília nova edição do relatório “Violência contra os Povos Indígenas do Brasil”. As edições anteriores apontaram que de 2017 a 2018 o número de ataques a áreas indígenas cresceu de 96 para 109, atingindo 76 terras indígenas. Na edição de setembro de 2019 mostrou uma explosão da quantidade de registros desse tipo de ocorrência; sendo de 160 invasões em 153 terras indígenas.