Em anúncio feito na quarta-feira (18), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, apresentou um plano trienal para 2020 a 2022 que prevê, entre outras coisas, “a venda de 15 empresas estaduais e 15 empresas federais”.
Durante apresentação do Plano, o amigo dos filhos de Bolsonaro declarou que o banco de fomento não vai mais medir seu desempenho pelo volume de desembolsos ao setor produtivo. O negócio agora são as privatizações e o mercado de capitais.
Para isso, reduziu sua carteira de crédito em 2022, que ficará entre R$ 421 bilhões e R$ 490 bilhões, contra os R$ 543 bilhões de 2018. Um tombo que pode chegar, pelos números apresentados, em 22,5%.
Montezano destacou a aceleração da venda dos ativos do BNDESPAR, avaliados em R$ 120 bilhões, com destaque para a venda das ações da Petrobrás que valem aproximadamente a metade desse valor. O processo de venda das ações já foi autorizado, disse Montezano.
Ressaltando que suas metas de desmonte do banco público, anunciadas por ele em sua posse, foram “devidamente cumpridas”, inclusive a meta enfaticamente defendida por Guedes, destacando a antecipação do pagamento dos empréstimos feito ao Tesouro Nacional.
O total de pagamentos ao Tesouro Nacional em 2019 foi de R$ 132,1 bilhões (122,6 Bi Dívida do BNDES com o Tesouro + 9,5 Bi em Dividendos à União), sendo que os recursos devolvidos para pagamento da dívida ao Tesouro são exclusivamente usados no pagamento de juros da dívida pública, recursos públicos que são transferidos a bancos para pagamentos de juros, numa situação em que estados e municípios atravessam um fim de ano caótico com falta de recursos nos hospitais públicos e atraso nos pagamentos de servidores.
Com sua meta de transformar o banco de fomento em “banco de serviços” para auxiliar os “projetos” de Guedes de privatizar “todas as estatais”, os desembolsos do BNDES desabaram
Entre janeiro e setembro deste ano, último dado divulgado pelo BNDES, os desembolsos totalizaram R$ 38 bilhões, queda de 13% em relação aos nove primeiros meses de 2018.
Com a economia rastejando, o governo reduziu crédito aos investimentos, às linhas de financiamento a longo prazo, com juros mais baixos, Créditos que nenhum banco privado oferece e que nenhum mercado de capitais vai suprir, seja no Brasil ou no exterior.