Estelionato eleitoral de Obama e ameaça de continuísmo com Hillary tornaram possível um Trump na Casa Branca
Donald Trump respondeu neste sábado (6) às afirmações do recém-lançado livro “Fire and fury – Inside the Trump White House” (“Fogo e fúria – Dentro da Casa Branca de Trump”), do jornalista Michael Wolff, que coloca em questão sua capacidade intelectual e emocional para ocupar o cargo ao expor os bastidores da eleição em 2016 e do seu primeiro ano na Casa Branca. Através do Twitter, como sempre, Trump atacou o autor e afirmou: “Acho que me qualificaria não como inteligente, mas um gênio… e um gênio muito estável por sinal!”
Wolff questiona a sanidade mental de Trump, entre outros motivos, pelo fato de o presidente repetir as mesmas histórias várias vezes em uma conversa de 10 minutos. Além de manter certas manias estranhas, como por exemplo, aversão a sujeitos que usam bigode. O diplomata John Bolton, recomendado para o cargo de assessor de Segurança Nacional, foi rejeitado liminarmente. “É um problema. Para Trump, ele não pode fazer parte da equipe com esse bigode”, revelou o ex-estrategista Steve Bannon.
Segundo os trechos divulgados do livro, os conselheiros, subordinados e até amigos de Trump, não respeitam o presidente. Além disso, muitos deles o chamam de “burro”, “imbecil” ou “idiota”. O autor cita ainda vários episódios em que Trump realmente mostra incompetência: por exemplo, seu ex-conselheiro, Sam Nanberg, diz que quando ele tentou explicar a Constituição dos EUA, o chefe de Estado deixou de ouvi-lo após a quarta emenda. O presidente “não processava as informações em um sentido convencional. Não lia nada. Nem sequer folheava. Para muitos, não era mais do que um semianalfabeto.
Por sua vez, Trump despreza o seu círculo mais íntimo, o chefe de gabinete Reince Priebus; o estrategista-chefe, Steve Bannon, e o genro, Jared Kushner, diz Wolff. Um dia chegou a comentar em voz alta os defeitos de cada um dos três: “Bannon era desleal (sem mencionar que se vestia como um merda); Priebus, um fraco (sem mencionar que era baixinho, um anão); Kushner, um adulador”.
Segundo Wolff, os próprios apoiadores do presidente acreditavam que sua equipe não iria ganhar as eleições presidenciais e ficaram surpresos quando ficou claro que Trump havia triunfado. Além disso, ele diz, nenhum deles teve alguma ideia de como administrar o país, e eles realmente não pensaram em como fazê-lo.
E acrescenta: “na administração Trump, de fato, não havia estrutura. O chefe formal da administração, Reince Priebus, bem como o então principal estrategista, Steve Bannon, a filha de Trump, Ivanka e seu marido, Jared Kushner, tiveram acesso direto ao presidente e lhe deram ordens, que muitas vezes se contradiziam. Bannon, no início, pensou mesmo que era ele quem controlava o país”.
VAZAMENTOS
O autor revela que a fonte dos vazamentos da administração é muitas vezes o próprio Trump. “Todas as noites o presidente fala por horas no telefone com seus amigos e conhecidos e compartilha com eles as notícias e emoções de sua vida no gabinete oval. Muitos dos interlocutores do presidente, por outro lado, não tinham motivos para manter segredo sobre o que ouviram”, detalha.
Michael Wolff, que escreveu para Vanity Fair, The Guardian e Hollywood Reporter, colheu informações durante 18 meses e obteve 200 depoimentos de pessoas próximas ao presidente, e inclusive se encontrou com Trump, embora brevemente, e ao qual solicitou diretamente autorização para o livro.
Diante da tentativa dos advogados de Trump para suspender a publicação de Fogo e Fúria…”, a editora Henry Holt e Co., informou que o livro será comercializado não no dia 9 de janeiro, conforme previsto, mas no dia 5. Desde os últimos dias, o livro já está em primeiro lugar na lista de vendas.
SEZÁRIO SILVA