Na última sexta-feira (27), o Ministério da Agricultura do governo Bolsonaro liberou mais 36 novos agrotóxicos para uso no Brasil. Em 2019, foram registrados 474 produtos, o maior número liberado em toda a história do país.
Do total de 2019, 26 dos pesticidas são inéditos (5,4%) e 448 são genéricos (94,5%), ou seja, são “cópias” de princípios ativos inéditos – que podem ser feitas quando caem as patentes – ou produtos finais baseados em ingredientes já existentes no mercado.
Um dos princípios ativos químicos novos foram o Dinotefuran, que é um inseticida considerado “extremamente tóxico” na classificação da Anvisa, reformulada neste ano, para o uso da indústria. O registro foi divulgado em setembro e, no mês seguinte, saiu a liberação para produtos finais à base dele, que são classificados como “produto Improvável de causar dano agudo”, categoria 5 da Anvisa.
O ministério da chamada “Musa do Veneno”, a ruralista Tereza Cristina, afirma que a alta de registros em 2019 se deve a “medidas desburocratizantes” que aceleraram a fila de pedidos de registro. Para o órgão, a liberação dos novos produtos aumentou a produtividade do ministério, bem como da Anvisa e do Ibama – que também são responsáveis por analisar os pedidos. Segundo Tereza Cristina, a liberação acelerada ocorre para “modernizar” a produção agrícola brasileira.