O assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, assumido por Trump e perpetrado em território iraquiano ocorreu em meio a bloqueio e sanções ao país, também sob ordens de Trump e pouco mais de um mês depois do anúncio da descoberta de mais um campo petrolífero, que por suas dimensões, se coloca entre os maiores do mundo: reservas de 53 bilhões de barris.
No dia 10 de novembro, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, anunciou que o país acabara de descobrir “um novo grande campo petrolífero” a sudoeste.
Segundo o anúncio, o campo fica localizado na província do Khuzistão e tem 2,4 mil quilômetros quadrados de área e 80 metros de profundidade.
“Os Estados Unidos devem saber que o Irã é um país rico e, apesar das sanções cruéis, os trabalhadores e engenheiros iranianos descobriram um novo campo petrolífero”, enfatizou em solenidade com a presença de engenheiros e trabalhadores do setor.
Sob o governo de Donald Trump, os EUA voltaram a impor sanções ao Irã, não só incluindo o setor de produção de petróleo, mas ameaçando com sanções todos os que viessem a comprá-lo dos iranianos.
Isso depois de haver deixado unilateralmente, em maio de 2018, o acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irã e mais seis países, Alemanha, China, Estados Unidos, Rússia, França e Inglaterra.
Enquanto todos os demais países que firmaram o acordo, acontecido depois de prolongadas negociações, se disseram “consternados” e “preocupados” com a decisão unilateral e intempestiva, Trump perorou que a Casa Branca imporia “o mais alto nível de sanções econômicas”.
Antes das sanções impostas pelos Estados Unidos, o Irã se colocava entre os maiores países exportadores de petróleo do mundo com um volume de 2,5 milhões de barris diários.
Agora, como denuncia o professor Mamede Said, diretor da Faculdade de Direito da UNB, a agressão de Donald Trump “determinando a morte de um graduado líder militar iraniano e de outras pessoas em território do Iraque representou uma ação unilateral que, como disse a relatora da ONU para execuções extra-judiciais, Agnès Callamard, viola o direito internacional e não tem qualquer embasamento legal”.
Mais uma vez, surge a relação entre petróleo e intervenção hostil norte-americana atingindo países que adotam políticas soberanas e com capacidade produtiva de petróleo. Outros exemplos de agressão desumana e desastrada são fartamente conhecidos, entre eles, a Líbia e o Iraque.
Aliás a respeito da gana por petróleo, Trump não poderia ser mais explícito, Em declaração de 2 de novembro de 2019, referindo-se a permanência de tropas norte-americanas na Síria, mais precisamente na região petrolífera de Dir Ezzor, enfatizou: “Eu gosto de petróleo! Nós ficamos e mantivemos a guarda do petróleo”.