O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, manifestou, em sua conta no Twitter, ser contrário à privatização dos Correios, defendida pelo governo: “Não precisa privatizar. Se quebrarmos o monopólio, vamos conseguir concorrência, melhorar o serviço e com um custo menor”, afirmou o parlamentar.
A declaração foi feita nesta terça-feira (07) após Bolsonaro afirmar que, se pudesse, “privatizada os Correios hoje mesmo”.
O plano do governo é entregar ao setor privado uma empresa estatal que atende todo o território nacional, garantindo o serviço social que presta aos brasileiros não só nos grandes centros, mas principalmente nas regiões em que o setor privado não possui interesse financeiro em atender.
Atualmente, as empresas privadas podem e já disputam mercado com a estatal. Porém estas empresas estão presentes em apenas 340 cidades do país, inclusive, muitas vezes, utilizando-se da estrutura dos Correios para conseguirem prestar os serviços de entrega das encomendas por não fazerem os investimentos necessários para garantir estrutura. Ou seja, as empresas privadas do setor atuam somente naquelas localidades que possam lhes trazer lucros.
Com a privatização, seriam prejudicados os outros 5.230 municípios menores, pois esses não são lucrativos, e sem um serviço público, estatal, que pertence a todos os brasileiros, não haveria a obrigatoriedade de haver a cobertura dessas localidades.
Os Correios detêm hoje o monopólio de serviços postais de correspondências de interesse específico do destinatário, como a entrega de cartas pessoais e comerciais, cartões-postais, malotes, faturas de cartões de crédito, talões de cheques, carnês ou cobranças de tributos.
Assim como no caso das encomendas, mesmo em caso de fim do monopólio, a garantia desses serviços a toda à população caberia novamente apenas à estatal. “Hoje, 324 cidades dão lucro para os Correios, que mantém o serviço em todo o país, mais de 5 mil municípios. É direito da população, está na Constituição. Se não houver o monopólio, as empresas privadas não vão agir da mesma forma”, afirma Amanda Corcino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Brasília (SINTECT).
“A gente corre o risco de a empresa ser privatizada, e a empresa que a gente conquistou ir para o ralo. Uma empresa como a nossa, que está em todos os recantos do pais, foi criada para ser uma empresa social, direcionada às pessoas mais humildes dos recantos do Brasil. O motivo da privatização é para ajudar o baronato econômico da Avenida Paulista”, afirma o diretor da Federação de Aposentados, Aposentáveis e Pensionistas dos Correios, Ademir Loureiro.