Os trabalhadores da Casa da Moeda, em paralisação desde sexta-feira, quando os funcionários ocuparam o prédio administrativo da instituição contra a privatização e demissões da empresa, voltaram a se reunir nesta segunda-feira, 13.
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De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros, Aluízio Junior, a declaração feita pelo diretor da instituição, Fábio Rito, que anunciou a demissão de funcionários “para tornar a empresa competitiva”, foi o estopim do movimento.
Os funcionários da estatal reivindicam a manutenção das regras das cláusulas sociais garantidas no acordo coletivo de trabalho (ACT) de 2019, como as do plano de saúde e do auxílio-transporte, enquanto o acordo de 2020 não for definido.
Segundo Aluízio, a direção da Casa da Moeda comunicou aos trabalhadores, no fim de dezembro, que não cumprirá mais as cláusulas sociais do ACT, mesmo que cerca de 500 funcionários antigos da instituição tenham direito ao pagamento por parte da Casa da Moeda de forma integral de seus planos de saúde, pois já trabalhavam na estatal antes da publicação da resolução que modifica o acesso ao benefício. Além disso, a diretoria da estatal quer aumentar o desconto cobrado do funcionário de 1% para 6% sobre o vale-transporte do funcionalismo.
A Casa da Moeda do Brasil foi incluída oficialmente rol de estatais a serem privatizadas. De acordo com a publicação no Diário Oficial da União (DOU), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi designado como responsável pela execução e acompanhamento dos atos necessários para a entrega da Casa da Moeda do Brasil, de preferência com recursos públicos e para os estrangeiros.
Aluízio explica que “por natureza, nenhum dos grandes países tem sua Casa da Moeda privada. No mundo, 88% do dinheiro que circula é produzido por 15 Casas da Moeda estatais. A iniciativa privada produz 15% somente”. Entre os países que têm suas casas da moeda estatais estão os Estados Unidos, Rússia, Índia, França, China, Japão, Alemanha e Itália.
REPÚDIO
Em repúdio à privatização da empresa, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), se manifestou em apoio aos trabalhadores da Casa da Moeda.
“Nosso mandato acompanhará a luta e os desdobramentos. A Casa da Moeda é nossa! Não à privatização!”, publicou Jandira.
“Trabalhadores, vitoriosos, voltaram para suas casas com a certeza de ter demonstrado a união para conservar os empregos e os direitos adquiridos por lutas anteriores. Nosso mandato acompanhará a luta e os desdobramentos, a casa da moeda é nossa! Não a privatização!”, disse.