Deputado bolsonarista defende violência contra mulheres: “gostam de assédio”

Jessé Lopes durante comício de Bolsonaro em Santa Catarina onde foi eleito deputado estadual - Foto: Reprodução/Facebook

O deputado estadual de Santa Catarina Jessé Lopes (PSL) causou revolta ao publicar um texto nas redes sociais em que defende a violência contra as mulheres que, segundo ele, “gostam de assédio”.

Em critica à campanha “Não é Não”, movimento de luta contra o assédio sexual no Carnaval, o deputado bolsonarista afirma que o assédio “massageia o ego” e que ser assediada é um “direito” da mulher.

“Não sejamos hipócritas! Quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser ‘assediado(a)’? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude”, escreveu em seu perfil do Facebook.

“Em Santa Catarina, tattoo escrito ‘Não é não’ devem ser distribuídos (APENAS para mulheres) no intuito de confundir as pessoas entre o limite do que é assédio e do que é um simples ‘dar em cima’. (Logo logo, ser homem será crime)”, disse.

Deputado que defende “assédio” contra as mulheres, junto à Damares Alves, ministra da Família do governo Bolsonaro

Segundo o deputado, o movimento “Não é Não” é “segregador”, pois “exclui” os homens. “O feminismo, ao contrário do que muitos pensam, só tirou direitos das mulheres: deixou-as menos cuidadosas com a aparência e imbecilizou o comportamento”, reafirmou em outra publicação.

O “Não é Não” foi criado em 2017, no Rio de Janeiro, após repetidos relatos de violência sexual durante o carnaval carioca. O movimento tenta impedir práticas que, diferente do que afirma o deputado, estão muito distantes das cantadas, ou paqueras. Como exemplo, podemos apontar as famosas rodinhas, comuns nos blocos da zona sul do Rio de Janeiro, em que homens cercam uma garota e a obrigam a beijá-los.

Ou ainda os três casos de estupro ocorridos na Praça da Estação, durante o carnaval de Belo Horizonte em 2019. Em um deles, uma jovem de 19 anos foi abordada por um homem o suspeito a puxou pela bermuda, baixou a calça e consumou o estupro. O homem estava acompanhado de dois comparsas, que também molestaram a mulher.

O movimento lançou uma campanha de financiamento coletivo para distribuir tatuagens temporárias em 15 estados pelo país com a frase que dá nome ao coletivo. A campanha chegará ao carnaval de Florianópolis pela primeira vez este ano.

https://www.facebook.com/jesselopesoficial/posts/833616013751793

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