“Prévia do PIB” do Banco Central de novembro registrou 0,18%. IBC-Br de outubro foi revisado de 0,17% para 0,09%
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou variação de apenas 0,18% em novembro na comparação com outubro, quando havia registrado 0,17% e em seguida revisado para 0,09%. Os dados foram divulgados na quinta-feira (16/1).
Os números da produção industrial, do comércio varejista e do setor de serviços no mês de novembro derrubaram todas as expectativas, previsões e fantasias em relação à recuperação econômica apregoada por Bolsonaro e Guedes.
Os dados da venda do comércio varejista, divulgados no dia anterior, quarta-feira (15/01), pelo IBGE, decepcionaram o “mercado” que projetava um crescimento de 1,1% frente a outubro e de 3,9% em comparação com outubro do ano passado, segundo economistas ouvidos pela agência Bloomberg, diz a Folha.
A decepção afetou até a Bolsa, que registrou o pior pregão de 2020 na quarta-feira (15), após a divulgação dos dados do comércio varejista.
“Entendemos que se trata de uma grande frustração de expectativa com relação ao ritmo da recuperação da atividade econômica nesse quarto trimestre de 2019”, diz relatório da XP Investimentos, fundo especulativo que apostava tudo no “marketing” da recuperação.
QUEDA GENERALIZADA
Ainda que alguns setores insistam em comemorar uma alta de 0,6% no comércio varejista restrito, o comércio varejista ampliado (que inclui veículos, motos e peças e partes, mais material de construção) recuou -0,5% no mês da badalada Black Friday. Com destaque para o segmento de hipermercados e supermercados, que tem o maior peso no setor do varejo, segundo o IBGE, que ficou estagnado em 0,0%.
A produção industrial caiu 1,2% no penúltimo mês do ano e o setor de serviços, que responde por mais de 75% da formação do PIB, teve o seu pior novembro desde 2016, com queda de -0,1%.
PRÉVIA DO PIB
O IBC-Br é considerado uma “prévia do PIB”. De janeiro a novembro acumula uma alta de 0,95% e em doze meses 0,9%, o que aponta para um crescimento da economia no primeiro ano do governo Bolsonaro menor do que o verificado nos anos 2017 (1,3%) e 2018 (1,3%), após a maior recessão da história do país (2014-2016).
Ou seja: o que os dados revelam é que não houve avanço na economia no primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, pelo contrário.
A inflação disparou com o aumento nos preços dos alimentos, combustíveis, energia, entre outros produtos básicos, e o desemprego se soma à alta informalidade rebaixando o poder de compra de milhões de brasileiros.
O PIB é soma de todos os bens e serviços produzidos no país e o resultado anualizado serve como índice de crescimento da economia. O resultado oficial será divulgado no início de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).