
A Confederação Israelita do Brasil (Conib), órgão que representa a comunidade de judeus no país, divulgou uma nota nesta sexta-feira (17) repudiou as declarações do secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, que repetiu discurso feito por Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista de Adolf Hitler. Após as repercussões negativas do vídeo, Roberto Alvim, foi exonerado do cargo.
“Emular a visão do ministro da Propaganda nazista de Hitler, Joseph Goebbels, é um sinal assustador da sua visão [de Alvim] de cultura, que deve ser combatida e contida. (…) Uma pessoa com esse pensamento não pode comandar a cultura do nosso país e deve ser afastada do cargo imediatamente”, defendeu a entidade no texto.
Na quinta-feira (16), ao divulgar um concurso de arte, Roberto Alvim declarou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”. As palavras são quase idênticas às de um discurso feito por Goebbels sobre a arte alemã na década de 30, poucos anos antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e do genocídio perpetrado pelos nazistas. Estima-se que 6 milhões de judeus foram exterminados pelos nazistas no decorrer do conflito.
“Goebbels foi um dos principais líderes do regime nazista, que empregou a propaganda e a cultura para deturpar corações e mentes dos alemães e dos aliados nazistas a ponto de cometerem o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa, entre tantas outras vítimas”, diz o texto do Conib.
A entidade destaca ainda que “o Brasil, que enviou bravos soldados para combater o nazismo em solo europeu, não merece isso”.
Roberto Alvim ainda teve a audácia de publicar uma postagem no Facebook em que defende suas declarações e aponta que a semelhança entre a fala dele e o discurso nazista é uma “coincidência”.