Os funcionários dos Correios e dirigentes de entidades sociais iniciaram neste fim de semana uma agenda de mobilizações contra a privatização dos Correios.
As mobilizações foram aprovadas em reunião da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) nos últimos dias 27 e 28 de janeiro, que definiu um calendário de ações contra a tentativa do governo de entregar a estatal a empresas privadas.
Os protestos iniciaram já na quinta-feira, 30, com um ato em frente ao Centro de Triagem Principal dos Correios (CTB Jaguaré), com a presença de diversas lideranças e trabalhadores.
“Só com o empenho de todos será possível informar a população, quebrar a propaganda enganosa do governo e impedir a venda dessa empresa estratégica para a integração do país, para o fortalecimento de sua economia, para sua segurança e para todo seu povo”, afirma em o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP).
Estiveram presentes no ato o presidente do Sintect-SP, Elias Cesario, (Diviza), Lídia Correa, dirigente do PCdoB de São Paulo, além de outras lideranças sindicais, dos movimentos sociais e políticas.
Entre as atividades aprovadas pelos trabalhadores e entidades estão mobilizações nas sedes dos Correios com carro de som e protestos de 3 a 14 de fevereiro. As entidades também realizarão um ato no Auditório Nereu Ramos em Brasília, Câmara dos Deputados, no dia 12, contra o pacote do governo de privatizações das estatais brasileiras.
Até março, a mobilização segue com atos regionais, panfletagens e abaixo-assinado. No dia 17 de março, uma assembleia irá definir se a categoria entra em greve geral contra o desmonte da estatal.
As mobilizações dão sequência à campanha contra a venda da empresa, lançada em janeiro pelos funcionários dos Correios. (v. Trabalhadores dos Correios lançam campanha contra a privatização da empresa).
Entidades sindicais, entidades dos movimentos sociais, parlamentares e especialistas vêm denunciando o crime pretendido por Bolsonaro e Guedes com a venda dos Correios. Com o argumento de que a empresas dá prejuízos ao país, o governo pretende entregar ao capital privado umas das maiores e melhor avaliada empresa pública do país.
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De acordo com os sindicatos, ao contrário do que diz o governo, a empresa além de autossustentável, realiza um repasse de 25% dos seus lucros para o Tesouro, que ocorre desde 1969.
Além, disso, a estatal cumpre um papel fundamental na entrega de encomendas essenciais das áreas de saúde, educação e segurança, estando presente em todos os 5.570 municípios brasileiros. Já algumas empresas privadas que atuam no setor estão presentes em apenas 340 cidades do país, sendo somente naquelas localidades que possam lhes trazer lucros.