Um juiz federal bloqueou na terça-feira (9) a tentativa do presidente Donald Trump de encerrar o programa de Ação Diferida para o que Ingressaram Criança (DACA, na sigla em inglês), popularmente conhecido como Dreamers (Sonhadores), que vem sendo usado como moeda de troca para arrancar do Congresso financiamento para a construção de seu muro na fronteira com o México. 800 mil pessoas estão listadas no DACA.
O juiz William Alsup sentenciou que a decisão do governo Trump de rescindir o DACA “foi arbitrária, caprichosa, abusiva e, de outro modo, não está de acordo com a lei “. O DACA concede permissões de trabalho e alívio da deportação para imigrantes sem documentos que foram trazidos para os EUA ainda crianças.
24 horas antes, Trump havia anunciado a deportação de 200 mil imigrados salvadorenhos (que têm 195 mil filhos nascidos nos EUA) do país até 2019. A liminar de Alsup é válida em todo o país e manda o governo voltar imediatamente a aceitar os pedidos de renovação, embora não garanta inscrições novas. Ativistas que defendem os imigrantes saudaram a liminar, mas assinalaram que é preciso tornar as proteções DACA permanentes.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, classificou de ultrajante ” a decisão, enquanto Trump ia para o Twitter para atacar a liminar. Na terça-feira, Trump e líderes democratas buscaram acertar os ponteiros sobre a questão da imigração.
Trump reiterou seu muro, clamou pelo fim da imigração encadeada (quando um pai ou filho ingressa nos EUA para unificar a família), insistiu na histeria sobre a “segurança” na fronteira e pediu o fim da loteria de vistos. Com o líder democrata no Senado, Richard Durbin, se prestando ao papel de dizer “todos nós ficamos honrados em fazer parte dessa conversa”. À medida que as eleições intermediárias deste ano se aproximem, podem apostar que os democratas – cujo governo de Obama expulsou 2,8 milhões – voltará à ficção de “campeão dos imigrantes”.