No ano passado, a taxa média anual de informalidade no Brasil alcançou, 41,1% da população ocupada (mais de 38 milhões de brasileiros), o maior nível desde 2016. Segundo os dados regionais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (14) pelo IBGE, o trabalho informal bateu recorde em 19 estados da federação e no Distrito Federal.
“A taxa média nacional de informalidade foi superada em 18 estados, variando de 41,2% em Goiás, até 62,4% no Pará. Em 11 desses 18 estados, a taxa de informalidade ultrapassou 50% e apenas Distrito Federal (29,6%) e Santa Catarina (27,3%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%”, diz a nota do IBGE.
De acordo com a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, a taxa de informalidade é superior ao crescimento da população ocupada.
“No Brasil, do acréscimo de 1,819 milhão de pessoas ocupadas, um milhão é de pessoas na condição de trabalhador informal”. “Em praticamente todo o país, quem tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade”, explica Adriana.
Estão na informalidade pessoas que trabalham sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – ou seja – brasileiros que estão tendo que fazer bicos, trabalhando mais e recebendo menos, para sobreviverem e sustentarem suas famílias.
Neste quadro, os baixos salários e a baixa qualidade do trabalho não possibilitam a expansão do rendimento dos trabalhadores, que ficou “estável”, diz o IBGE.
DESEMPREGO
A taxa de desocupação média anual variou de 12,3% em 2018 para 11,9% em 2019 – isto significa que 11 milhões e 632 mil brasileiros estão desempregados, sem ter de onde tirar o sustento e o de seus familiares.
Os maiores índices de desemprego foram na Bahia (16,4%), Amapá (15,6%), Sergipe e Roraima (14,8%) e os menores em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,4%) e Mato Grosso do Sul (6,5%). Segundo IBGE, entre as médias anuais, as maiores taxas de desocupação ficaram com Amapá (17,4%) e Bahia (17,2%) e a menor com Santa Catarina (6,1%), seguida por Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, todos com 8,0%.
A população subutilizada, outro indicador do IBGE, que inclui os desempregados, subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, ficou em 24,2% ante os 24,3% localizados em 2018.
Entre as unidades da Federação, as maiores taxas médias anuais foram registradas no Piauí (42,0%) e Maranhão (40,5%) e as menores em Santa Catarina (10,9%), Mato Grosso (15,0%) e Rio Grande do Sul (15,6%).
Quase 3 milhões de brasileiro procuram emprego há pelo menos 2 anos
Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na terça-feira (19) mostram que no quarto trimestre de 2019 cerca de 2,9 milhões de brasileiros desempregados buscavam trabalho há pelo menos 2 anos.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do instituto, nos últimos três meses do ano passado cerca de 2,9 milhões pessoas (25,0% do total) estavam em busca de trabalho há 24 meses ou mais; 5,2 milhões (44,8% do total) estavam de um mês a menos de um ano; 1,6 milhão (14,2% do total) de um ano a menos de dois anos; e 1, 8 milhão (16,0% do total) estava há menos de um mês.
No 4º trimestre de 2019 cerca de 4,6 milhões de pessoas de 14 anos ou mais desistiram de procurar emprego, segundo IBGE.