Os corpos de Luis Alberto Parra Lozada e de seu filho, Jader Alberto Parra, foram encontrados, na última quinta-feira, no município de Puerto Guzmán, em Putumayo, elevando para 44 o número de lideranças sociais assassinadas somente neste ano na Colômbia.
“Apareceram sem vida os dirigentes da Junta de Ação Comunitária (JAS) de Villa Fátima, em Puerto Guzmán, Putumayo, que estavam desaparecidos desde segunda-feira e o governo não fez nada”, denunciou o advogado Alirio Uribe Muñoz, reconhecido defensor dos direitos humanos na Colômbia. A situação é preocupante, alertou, já que um de cada três ativistas sociais executados no planeta em 2019 foi morto no país.
Ambos líderes foram retirados de sua residência de maneira forçada por um grupo de homens armados, que deixaram a esposa e a mãe dos dirigentes amarrados. Conforme informações oficiais, os corpos estavam jogados em um local bastante distante, razão pela qual não teriam sido encontrados até então.
MÁFIA SINALOA
A grande maioria dos homicídios na Colômbia, quase todos perpetrados por bandos paramilitares e grupos a mando de narcotraficantes, aconteceu em zonas rurais onde a taxa de pobreza supera a média. Para agravar ainda mais a situação, na região de Putumayo, conforme a Rede de Direitos Humanos, atua desde setembro um novo ator armado ilegal autodenominado Máfia Sinaloa,
O Escritório do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos já manifestou sua preocupação pela quantidade abismal de assassinatos, apesar da assinatura do Acordo de Paz em 2016, entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o governo.
Dissolvidas como força guerrilheira, as FARC agora atuam partidariamente como Força Alternativa Revolucionária do Comum, defendendo um projeto de soberania nacional, desenvolvimento regional e justiça social. Enfrentando a intransigência do governo do presidente Iván Duque, os seus dirigentes e militantes passaram a ser o alvo principal dos bandos paramilitares, que contam com o aval do governo para seguir impunes.
Diante do avanço da barbárie fascista, foi realizado recentemente no município de Puerto Asís, em Putumayo, um Conselho Departamental de Paz Ampliado, que exigiu maior agilidade e responsabilidade do governo no enfrentamento à violência.