No dia 28 de janeiro, já ao final da minha estadia em Israel (o que incluiu uma passagem pela Palestina), tive a oportunidade de entrevistar o documentarista israelense e argentino, Shlomo Slutzky. Além de falar sobre seus filmes, o cineasta – que participa da campanha eleitoral, com vistas às eleições parlamentares marcadas para o dia 2 de março, a favor da lista Meretz, posicionada contra a ocupação dos territórios palestinos por Israel – revela suas opiniões sobre a realidade israelense e detalhes de sua jornada de lutas que inclui uma prisão por se negar a participar da ocupação do sul do Líbano
N.B.
Nathaniel Braia – Fale sobre os seus filmes
Shlomo Slutzky – Eu me considero mais documentarista que cineasta. Há documentaristas que, como eu, vieram do jornalismo.
Antes desse trabalho, como jornalista [Slutzky foi correspondente do jornal argentino Clarín em Israel] todos os dias escrevia pequenas matérias ou notas. O cinema me permitiu algo mais amplo, mais profundo e era aí que eu queria chegar.
Queria também escolher temas que me interessam. Temas através dos quais eu pudesse aportar algo novo, algo especial.
Foi assim que surgiram várias películas, como “O ano que vem na Argentina” cujo título está baseado na consigna popular entre os judeus da diáspora, “O ano que vem em Jerusalém”. O filme também foi uma resposta a tantos que me perguntavam como é que eu pude estar aqui por 25 anos e meus amigos judeus argentinos não vieram ou, quando vieram, não ficaram, mesmo com toda a situação argentina, a pobreza, os períodos ditatoriais, o antissemitismo, que é latente?
E eu queria mostrar ao público israelense, que é verdade que há´ pobreza e houve uma ou mais crises econômicas na Argentina. Mas que não se compara a crises de fome terríveis como as que forjam as correntes migratórias dramáticas da África.
Então decidi que, em vez de fazer um doutorado sobre este tema, ou um filme com especialistas onde cada um explicasse as coisas, tomei seis pessoas que falaram sobre o porquê desta decisão de retorno representada na frase “O ano que vem na Argentina”.
No filme temos vários casos. O de uma prima minha que era casada com um homem de origem italiana e que acabou morrendo no atentado na AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina) e ela decidiu voltar em homenagem a seu marido e como que para dizer que seu retorno a Argentina era uma reposta aos que queriam expulsar de lá os judeus. Como quem diz, vou lutar aqui pelo direito de ser judia na Argentina.
Outro, um milionário judeu argentino que chegou à conclusão de que podia contribuir mais para o judaísmo na Argentina do que indo a Israel. Bem, cada um apresentava suas histórias e suas razões.
Eu também acabei integrando a película, mas depondo no sentido inverso, ou seja, que decidi sim ficar em Israel e sim lutar por um mundo melhor para todos através de minha participação em atividades progressistas em Israel.
A diferença é que quando mais jovem eu dizia que aliah (ida a Israel, era a única verdade para os judeus) e então eu cobrava dos burocratas da comunidade judaica argentina “vocês falam de sionismo, mas não se mudam para Israel”. Mas, finalmente, meus melhores amigos ficaram na Argentina e tive que entender tudo isso de uma forma mais profunda.
Depois fiz um filme denominado “O terceiro a caminho” após dois atentados, um na embaixada israelense na Argentina e outro na AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina). O filme mostra que nem ao governo do país de onde eu vim, a Argentina, e nem o do país onde me instalei, Israel, lhes interessava investigar para chegar à verdade sobre o que aconteceu.
Este filme pode ser visto no link: https://vimeo.com/97806874
Há mais um filme que se chama “Sem ponto final” e que trata daquela parcela dos que foram para Israel pensando em lutar pelos ideais socialistas e por um mundo melhor, mas também dos muitos que preferiram ficar na Argentina e travar essa luta aí. Muitos caíram diante da ditadura. Como eu digo no filme, dos 30 mil argentinos desaparecidos neste período, 2 mil eram judeus.
Nesse filme há um reencontro, que ocorre 40 anos depois quando eu vou assistir o julgamento de um dos verdugos, Benjamin Menendez. Sugiro que a história seja vista no filme.
E fiz ainda mais um filme que se chama “Desculpe pela demora” que tem a ver com minha família. E, justamente, fazendo este filme sobre os desaparecidos da minha família, que descobri que um dos agentes da repressão, que deveria ter sido julgado na Argentina havia escapado e, aonde chegou? Em Israel.
Ele está casado com uma neta de judeus e, pela Lei do Retorno [pela qual o judeu de qualquer parte pode solicitar cidadania israelense], teve a possibilidade de vir para cá. Veio. Enganou a Agencia Judaica (que agencia a imigração judaica para Israel), dizendo que não havia nada contra ele e agora vive aqui.
Eu, já não como cineasta, mas como familiar de um desaparecido, como ser humano e como israelense e também como argentino, estou lutando e cheguei à Suprema Corte de Justiça para fazer com que ele seja devolvido.
Que este Aníbal Teodoro Gauto, seja deportado para Argentina onde está sendo procurado para interrogatório e depois julgamento por seus crimes durante a ditadura.
(De acordo com matéria a respeito da relação entre o judiciário argentino e o israelense, o articulista Daniel Kupervaser destaca que Gauto é procurado para interrogatório sob “sérias suspeitas de haver cometido crimes de lesa humanidade, entre outros: homicídio, torturas, privação ilegal de liberdade e subtração de menores”. Segundo Kupervaser, ele participou dos crimes ocorridos no centro clandestino de detenção “La Cacha”, na cidade de La Plata).
Essa é parte das películas que fiz. Depois fiz algumas peças para a TV israelense.
Em geral são trabalhos que mostram a realidade da América Latina. Quando ministro da Economia e queria assustar israelenses que divergiam de suas propostas, Netanyahu dizia, “O que vocês querem? Que sejamos como a Argentina?”
E é também com base em preconceitos deste tipo que muitas vezes são tomadas posições equivocadas, como está acontecendo com a relação Brasil-Israel agora, onde acham bom um elemento da ultradireita se dizer o melhor amigo de Israel, ou com relação a admitirem por aqui, sem qualquer conhecimento ou acesso a provas, como justas as acusações contra Cristina Kirchner, de que ela teria responsabilidade na morte do procurador Alberto Nisman, que atuava no caso AMIA.
Os meios de comunicação seguem esta linha e, são infelizmente poucos os que tratam de dizer algo diferente.
Exemplo disso, aconteceu em uma oportunidade, quando fui participar de exibição de um filme meu em um festival de cinema na Venezuela. Acabei realizando uma pequena reportagem com dois episódios para a TV israelense onde mostrei como se chegou até Chávez, como era a Venezuela antes, a pobreza que imperava no país a repressão aos movimentos sociais. Isso, claro, não implica que tenhamos de estar de acordo com todos os passos que Chávez deu ou o caminho pelo qual Maduro enveredou. Chávez, sim, se colocou a favor do povo e depois nem tudo saiu como se pensava, mas era importante entender melhor aquele processo. E me lembro que depois acusaram a mim e ao canal que exibiu essa matéria de fazermos propaganda chavista.
N. B. – Estamos vivendo um momento de tensão em Israel, de crise, e que se manifesta nas três eleições consecutivas em que não se consegue eleger um primeiro-ministro.
Slutzky – A real situação em Israel é muito difícil. O fator mais aparente desta situação é a forma gananciosa com que Netanyahu se agarra a seu assento. Ele está sob acusação de diferentes aspectos de corrupção. Alguns bastante ultrajantes a exemplo de ter recebido suborno na forma de charutos e champanhe no valor de milhares de dólares. Mas, chegamos a coisas de muita gravidade como é o caso da compra de submarinos que não eram necessários havia a necessidade avaliada de três submarinos e foram comprados mais três novos porque havia um intermediário que recebia uma comissão por cada exemplar.
Além disso, surgiu uma lista de centro-direita que está liderada por Benny Gantz que é uma pessoa decente no que tange a envolvimento com corrupção. Foi chefe do Estado Maior e agora criou este partido com pessoas ditas de centro, alguns tendendo mais à esquerda e outros mais à direita.
O problema que foi se formando e que tomou corpo agora, às vésperas da terceira eleição, é uma tendência a uma competição Gantz/Netanyahu com base em quem exibe mais atrativos aos olhos do eleitorado de direita.
Exemplo disso é que ambos estão falando em aceitar o chamado “plano de paz” de Trump. Uma situação em que surge como a primeira vez que a paz seria feita entre duas pessoas Benny Gantz e Bibi Netanyahu, ao invés de entre Israel e os palestinos.
Pois os palestinos nem foram consultados quanto às linhas centrais deste plano, o que aí se planeja é a construção de um Estado com 50% dos territórios palestinos anexados a Israel. E, além disso, este território anexado circunda cidades inteiras palestinas para manter ao abrigo de Israel cada uma das colônias, de tal forma que, se aceito, deixaria de haver continuidade territorial palestina.
Enfim, como afirma a esquerda e os mais sensatos israelenses, é impossível que haja um palestino que aceite isso. Trata-se apenas de um convite à violência palestina depois de não se querer desfrutar da diplomacia palestina.
N.B. – Me parece uma colocação mentirosa para que o atual regime israelense depois possa dizer que são os palestinos que não querem a paz
Slutzky – Há algum tempo já, Abu Mazen [presidente palestino] tem dito, “sentemos para conversar em uma situação na qual a construção de novas unidades residenciais nas colônias ou novas colônias estejam suspensas” porque, se não, os palestinos estariam conversando com o governo israelense em meio à perda de território seu a cada dia o que não é legítimo.
É então uma situação ainda muito ruim. Pois, apesar de dizer que eu, pessoalmente, preferiria Gantz a Netanyahu, mas não sei até onde Gantz irá, se vencer, com este plano que não é capaz de trazer a paz. Está claro que aquilo que Trump trouxe foi um “grande negócio”, como ele mesmo proclama, oferecendo dinheiro em troca de soberania palestina e não um plano de paz. Na verdade, um grande negócio para ele e Netanyahu.
O próprio fato de lançar este “plano” agora quando Netanyahu está prestes a perder as eleições e às vésperas de seu julgamento por corrupção, não é por acaso. Está colocado simplesmente para apoiá-lo.
É claro que colocou Gantz em uma situação difícil, pois não seria fácil para ele se recusar a comparecer a uma reunião com Trump em Washington. Israel tem necessidade econômica e militar dos Estados Unidos, neste momento, ou, pelo menos, para se liberar dessa condição precisaria de um tempo…
Gantz não se podia permitir não comparecer. Mas manejou para que a reunião não fosse em conjunto com Netanyahu, com seu excelente inglês que aprendeu quando pensava viver nos Estados Unidos…
Eu tenho dado meu apoio ao partido Meretz. Essa escolha tem a ver com o fato de que há muita gente boa e sensata na lista conjunta árabe que também conta com apoio de lideranças judias, mas há também alguns religiosos islâmicos que exageram nas propostas de envolvimento Estado-religião, com os quais é mais difícil atuar junto, mas temos realizado atividades, participado de atos conjuntos reunindo as duas formações políticas.
Nestas eleições, em particular, estamos diante dos riscos colocados pela cláusula de barreira que aqui é de 3,5% como mínimo de votos para se ter representação parlamentar. Isso surgiu diante do fato de que cresceu muito a polarização entre Gantz e Netanyahu e o risco de que os votantes a favor da esquerda venham a minguar é maior. Nestas condições o Meretz, se uniu aos trabalhistas para ficar mais seguro de que juntos vão ultrapassar a barreira e se manter no parlamento.
Estamos aqui com Dov [neste momento chega o jurista e ex-deputado Dov Khenin, que seria entrevistado logo a seguir e cuja entrevista já publicamos. Veja o link a ela ao final desta entrevista]. Se algum dia se formar uma grande frente popular, com forte participação da esquerda, Dov teria que estar à frente, Dov tem a capacidade de expressar bem o que isso significa assim como a capacidade de escutar. Além disso, toma como desafio questões muito amplas como, por exemplo, a ambiental, mesmo quando anteriormente não era a temática mais atraente para todos os setores de esquerda.
N.B. – Como você, um artista atuante politicamente, vê a movimentação das consciências entre os judeus israelenses?
Slutzky – Até hoje, toda a sociedade israelense está ainda muito influenciada pelo tema do “Holocausto”. E ainda temos algumas assertivas que se referem diretamente àquelas ocorrências trágicas. Há uma parte da sociedade israelense que afirma o seguinte: “Como a nós fizeram algo assim, ou seja, nos mataram, nos queimaram, não podemos fazer nada que possa permitir que algo similar sequer se aproxime de nova ocorrência”. Isto se traduz, para uns, em que devemos preferir a vida, a paz, a convivência a ganhos territoriais.
Mas há outra parte que se refere a este tema de forma totalmente diferente, que diz: “Depois do que fizeram a nós, não seremos jamais culpados de agir como opressores. O que é a construção de algumas barreiras, de transtornos aos palestinos, diante do que fizeram conosco de nos conduzirem a câmaras de gás?”
Então não há comparação possível em termos de agressão. O que nós fazemos, dizem os que pensam desta forma, são meras “medidas de segurança”. Então há fortes divisões em termos de percepções da realidade.
Em meio a questões dessa gravidade, temos, lamentavelmente, um dirigente demagógico, que – além de fazer mau uso desse referencial – recorre ao incitamento à violência e ao preconceito com o intento de se perpetuar no posto que ocupa através de jogar um público contra o outro, como é o caso de Netannyahu.
Ele incita os judeus contra os árabes, assusta os judeus como se os árabes estivessem organizados para nos atacar e que todos vamos voltar a viver o Holocausto… Tenta fazer valer sua lógica de que, por isso, temos que nos juntar e votar em Netanyahu que é quem nos defende diante do mundo…
Essa é uma parte importante da situação e dentro disso temos a questão paradoxal de um veemente repúdio quando, em qualquer parte do mundo, se diga que alguns não querem viver com judeus por perto, ou que haja um clube que rejeite a associação de judeus, ao mesmo tempo em que aqui, contraditoriamente, esta mesma discriminação ou preconceito contra os árabes é, infelizmente, bastante popular.
“Essa ocupação e tudo que se faz para manter nossa presença nos territórios acaba tendo forte influência na sociedade de Israel. Penso que, sim, influi, inclusive de forma negativa, na democracia israelense. Não pode ser que uma pessoa faça um mês de reserva por ano nos territórios onde se comporta como ocupante e não pode atuar de forma democrática, respeitando os direitos do outro e que isso deixe de influir em sua conduta cotidiana”
Isso nos remete de novo ao tema dos territórios. Essa ocupação e tudo que se faz para manter nossa presença nos territórios acaba tendo forte influência na sociedade de Israel. Penso que, sim, influi, inclusive de forma negativa, na democracia israelense. Não pode ser que uma pessoa faça um mês de reserva por ano nos territórios onde se comporta como ocupante e não pode atuar de forma democrática, respeitando os direitos do outro e que isso deixe de influir em sua conduta cotidiana.
É só ver a forma como isso atua na cabeça destes soldados, pois a justificativa para fazer certas coisas sobre os outros inclui dizer que estes são menos, ou que são inerentemente maus. E, se me acostumo a pensar que há seres que são menos humanos, que hoje são os árabes, mas amanhã podem ser os judeus iemenitas, por exemplo, ou podem ser os pobres, os inválidos, até chegar ao ponto de que são menos todos aqueles que não são como eu.
É inegável que os judeus chamados de “orientais” que, em suma, são os judeus de origem árabe, estão aqui, na sociedade israelense, ocupando, de forma geral os postos menos importantes, o que seria uma forma de opressão contra eles que acabam buscando uma compensação psicológica que se traduz na ojeriza àqueles que estão em situação que lhes é inferior e que é mais dramática. Buscam essa compensação no fato de que haja aqueles que estão abaixo, para se sentirem melhor. E é por aí que se colocam como eleitores licudistas (do partido Likud, dirigido por Netanyahu), sem perceber que, ao fazerem essa opção, estão atuando contra seus próprios interesses objetivos.
Então, não é por acaso que Bibi é tão amigo de Bolsonaro. Pois os dois usam práticas racistas. Exemplo disso é este incitamento jogando os que integram as camadas mais humildes, uns contra os outros.
N.B. Soube que você foi parar na cadeia. Como foi isso?
Slutzky – No ano de 82, quando começou a guerra do Líbano, eu me lembro que no primeiro dia, fui avisado. Eu estava na reserva neste momento. Em Israel há um sistema no qual as pessoas, em momentos de guerra, são chamadas a se apresentarem em diversos lugares previamente determinados a elas.
Era um sábado à noite. Eu estava em vias de ir a uma manifestação onde se condenava a ocupação que então completava 15 anos. Me lembro de ter ficado com muita raiva de ter que sair do evento, mas coloquei a farda e, com a roupa de soldado, passei pela manifestação ante de ir ao Líbano.
Aí, estive no Líbano, neste primeiro avanço israelense sobre este país. Depois de 40 dias, voltei para casa e, no ano seguinte, Israel mantinha a ocupação do sul do Líbano e me chamaram de novo para mais uma temporada de serviço militar por lá.
Meus superiores já conheciam minhas ideias e pensei me dirigir a eles para lhes informar que não mais estava disposto a participar da ocupação do sul do Líbano.
Mas, exatamente naquele momento, o meu superior estava no Exterior e me coube ser alocado sob a direção de gente que não me conhecia. Não tiveram nenhuma consideração por minhas ideias contra a ocupação israelense e me mandaram para a prisão.
Lá me encontrei com outros ativistas contra a ocupação incluindo o diretor do Centro de Informação Alternativa e destacado militante contra a ocupação desde que ela começou a acontecer em 1967, Michael Warshawsky, Mikado [ao qual também entrevistamos em Jerusalém]. Ao final fiquei preso por duas semanas e fui liberado. Outros tiveram menos sorte. Eram liberados e novamente chamados a servir no Líbano e submetidos a prisões sucessivas.
Um destes casos, um amigo meu, que aparece no filme “O ano que vem na Argentina”, depois de sucessivas prisões, pegou sua família e voltou à Argentina.
Foi uma prisão. Uma situação de muita tensão. Mas nada perto do que passaram amigos que sofreram no cárcere argentino, alguns inclusive que desapareceram. E não só na Argentina, mas por toda a América do Sul, nos períodos em que prevaleceram as ditaduras neste continente.
N.B. Eu sei da dureza que você teve que enfrentar. Eu mesmo a enfrentei como um dos primeiros a se recusar a servir ao exército israelense já envolvido na ocupação. Mas sei também que a luta dos objetores de consciência acabou por conquistar algum espaço e hoje já é bem disseminado entre os comandantes militares a visão de que “aquele que não quer servir que não vá”. Como você vê isso?
Hoje é mais comum se achar uma solução para os que não se sentem bem com sua consciência. Diria que se acham soluções da cor cinza, ou seja, nem negro nem branco e, no geral, os objetores de consciência são liberados do constrangimento e da prisão, mas ainda há muitos que acabam presos.
Filmografia de Shlomo Slutzky citada na entrevista:
– O ano que vem na Argentina – 2005 – dirigido em parceria com Jorge Gurvich
– O terceiro a caminho – 2009
– Sem ponto final – 2012
– Desculpe pela demora – 2018 – dirigido em parceria com Daniel Burak
Veja também a entrevista com Dov Khenin: