A cidade de La Plata, centro administrativo e universitário, capital da província de Buenos Aires, parou quando os servidores e estudantes atenderam à convocação da Associação dos Trabalhadores do Estado e entidades estudantis para advertir o presidente Maurício Macri que demite em massa e ameaça ampliar o desemprego de servidores públicos em diversos setores inclusive os que prestam serviços de educação e cultura.
No dia anterior, 10, milhares de trabalhadores realizaram uma ocupação das ruas próximas ao Ministério de Ambiente, por conta da falta de respostas das autoridades solicitadas a suspender as demissões acontecidas nas últimas semanas.
No último mês de 2017, 3.346 trabalhadores perderam seu emprego, em sua maioria de empresas estatais.
No setor privado, 1.442 funcionários foram mandados embora. Fabricações Militares foi a estatal que mais demitiu e o Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) mandou embora 128 de seus trabalhadores, os quais estavam encarregados do cuidado da salubridade dos alimentos.
A “greve regional” que parou La Plata foi decidida em encontro com mais de 200 delegados de sindicatos de trabalhadores do Estado.
O secretário da Associação de Trabalhadores de Estado, ATE, Carlos Díaz, afirmou que a plenária da entidade decidiu abrir comissões paritárias para discutir salários, com mobilização em caráter permanente e cobrará o respeito do Estado ao sistema previdenciário, à educação pública e à saúde.
Sobre outras definições adotadas durante a quarta-feira, Díaz assinalou que foram convocadas “assembleias e plenárias em sindicatos e universidades”, assim como a construção de “plenárias regionais e provinciais de trabalhadores propondo mobilizações para a Praça de Maio, na capital argentina e buscando promover a unidade com outros setores do sindicalismo estatal e privado”.
Diaz também defendeu um esforço especial na denúncia e divulgação da política antinacional do governo de Mauricio Macri, que se reflete no chamado ‘ajuste’ que pretende colocar na rua milhares de trabalhadores. “Não podemos deixar isso nas mãos da mídia oficial”, frisou.
No dia 11, o transporte público, os bancos e postos de prestação de serviços diversos pararam. Também não funcionaram os serviços do setor judicial e a maior parte das universidades e escolas públicas.