Novas imagens do momento dos tiros contra o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) mostram que mais dois amotinados dispararam na direção dele.
Dois tiros atingiram o peito do senador. Uma das balas bateu na costela e ficou alojada no pulmão.
O primeiro disparo contra o senador foi feito por uma pessoa encapuzada e blusa de mangas compridas.
Em seguida, outra pessoa com rosto coberto e blusa de mangas curtas atira.
E uma terceira pessoa de capacete efetua disparos com uma arma de fogo.
As entidades representativas dos policiais tinham aceitado o acordo costurado pelo governo e a Assembleia Legislativa de aumentos salariais para os soldados da PM e para bombeiros de R$ 3.475 para R$ 4.500, com reajuste parcelado em três vezes até 2022.
Uma parte da categoria, incitada por certas lideranças políticas, que o ex-governador Ciro Gomes, relacionou-as ao bolsonarismo, recusaram a proposta mesmo depois que o acordo tinha sido assinado. A partir daí, mascarados aterrorizaram a população, carros da polícia tomados, pneus foram esvaziados e os quartéis foram invadidos. O motim culminou com a tentativa de assassinato do senador e ex-governador Cid Gomes.
O deputado federal Capitão Wagner (Pros-CE), que inicialmente havia aceitado o acordo salarial, vem procurando obter ganhos políticos com a radicalização política. Ele e outros bolsonaristas entraram com uma queixa contra o senador Cid Gomes, que foi baleado no peito.
Em áudios, o ex-deputado Cabo Sabino, outro integrante da corporação, e também interessado na radicalização do movimento, afirma que greve é para quem é corajoso e critica lideranças de associações, sem citar nomes. Sabino, que no passado presidiu representações da categoria, agora ataca as entidades porque elas aceitaram o aumento proposto pelo governo e não apoiaram o uso da violência por parte de setores da categoria. Sabino quer a todo custo que haja radicalização para tentar viabiliza sua candidatura.
De acordo com os últimos dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do governo do Ceará, o estado registrou mais de um assassinato por hora desde o início da paralisação de policiais e bombeiros militares. Foram 51 mortes no período de 48 horas de terça-feira (18/02) a quinta-feira (20/02).
Os crimes tratam de casos que se enquadram como homicídio doloso, feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio. Antes do motim de integrantes das forças de segurança estaduais, a média de assassinatos no Ceará era de 6 por dia.
A pedido do governador Camilo Santana (PT), o estado recebeu reforço de tropas do Exército e Força Nacional. As tropas do Exército são formadas por militares de Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, e vão atuar de forma prioritária na capital e cidades da Região Metropolitana.
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