Brizola Neto e Deivid Domênico querem respeito com o Carnaval e a Cultura Popular

“Precisamos resgatar a supremacia do interesse público que foi abandonado” (Foto: reprodução de vídeo)

Num papo entre o ex-deputado e o compositor campeão da Mangueira, nas arquibancadas do sambódromo, os dois alertaram para o descaso da atual Prefeitura do Rio em relação ao Carnaval. “Seguramente é a principal data do calendário cultural da cidade”, destacou Brizola

O ex-deputado federal e ex-ministro do Trabalho, Brizola Neto, pré-candidato a prefeito do Rio, conversou com Deivid Domênico, compositor da Mangueira e autor do samba campeão de 2019.

O encontro foi no sambódromo e eles falaram sobre a importância da “Passarela do Samba”. “Uma obra grandiosa”, construída, segundo Brizola Neto, “pela determinação de meu avô, Leonel Brizola”. “Com a ajuda de Darcy Ribeiro e a genialidade de Oscar Niemeyer, foi feito um espaço cultural grandioso para o povo do Rio de Janeiro”, assinalou.

Deivid Domênico fez questão de dizer que a Passarela do Samba mudou o patamar do carnaval do Rio de Janeiro. “A parceria de Brizola com Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer fez com que o desfile das escolas de samba tivesse dignidade”, observou o compositor mangueirense.

“O mundo inteiro assiste ao carnaval do Rio de Janeiro e é muito importante que ele seja visto com essa qualidade toda que o sambódromo ofereceu ao povo”, acrescentou Domênico.

Brizola Neto lembrou que todo o complexo cultural do sambódromo foi originalmente criado para servir também, durante todo o ano, como sala de aula. “Eram salas de aula que funcionavam como escolas de tempo integral e agora tudo isso foi abandonado”, disse Brizola.

Deivid reforçou o que o ex-deputado disse e acrescentou que é necessário “resgatar a supremacia do interesse público, que foi abandonado já há muitos anos por aqui”. “Tudo o que Brizola e Darcy criavam, eles o faziam com o intuito de oferecer ao povo do Rio de Janeiro”, prosseguiu o compositor.

Na conversa descontraída, feita nas arquibancadas do sambódromo, os dois ressaltaram o desprezo que a atual administração do Rio tem pelo Carnaval. “Isso é visto e sentido em diversas ações que a Prefeitura tomou”, observou Brizola Neto.

“Parece que a Prefeitura não está vendo a importância do Carnaval carioca, não só para a cultura do povo, mas também pela questão econômica, de arrecadação”, prosseguiu.

Para o político, que disputará a prefeitura este ano pelo PCdoB, “o carnaval provavelmente é a data mais importante do calendário cultural do Rio e esse descaso traz um prejuízo econômico enorme para a cidade”.

Deivid concordou e disse que “milhares de pessoas do Brasil e do mundo vêm ao Rio nesta data e isso traz recursos que podem ser revertidos em melhores serviços públicos oferecidos ao povo. O desafio do próximo prefeito é resgatar a cultura popular”.

“A cultura do nosso povo passa pelo samba, pelo carnaval. Não tem como não ser dessa forma”, enfatizou o compositor.

Brizola Neto encerrou a conversa destacando que “a Mangueira vem este ano com um samba enredo inspirado no do ano passado e vem mais uma vez marcar, aqui na avenida, o seu protesto com o que está acontecendo com o nosso Brasil”.

“Não existe ‘messias’ de arma na mão”, diz o samba da Mangueira deste ano.

O enredo vem sendo atacado por milícias digitais porque fala da volta de um Jesus irmanado com os mais pobres e com os moradores de favelas. O mesmo Jesus que se insurgiu contra a hipocrisia.

Leia mais

https://https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Batmovel-1.jpg.com.br/nao-existe-messias-de-arma-na-mao-diz-o-samba-da-mangueira/

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *