O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) esteve presente no debate “O Brasil Que Queremos” com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), realizado na terça-feira (3), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
O deputado criticou a política de Bolsonaro para o país. “Bolsonaro, com sua política antissindical, conseguiu um feito, que vai fazer a diferença daqui a pouco: ele conseguiu unir o comando da classe trabalhadora brasileira, que terá grande capacidade de resistir e de lutar. Essa unidade é fundamental, e com ela vamos lutar em defesa da Democracia”, assinalou o parlamentar.
“A democracia é um bem maior, fundamental para que a gente consiga melhorar a situação do país. Não há caminho para a construção de um projeto nacional, que garanta direitos para o nosso povo, que sustente a nossa soberania, que não tenha Democracia”.
“Flávio Dino é um dos que tecem o movimento para garantir a democracia. Para nós é muito importante e inspiradora a sua experiência. É possível fazer uma política diferente, com ética, que é um compromisso nosso, e não dos conservadores brasileiros, com prioridade para quem mais precisa, garantindo direitos para o nosso povo”.
“Nós começaremos a derrotar Jair Bolsonaro nas urnas em 2020”, disse Orlando Silva, pré-candidato a prefeito de São Paulo.
Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, que organizou o debate, “estamos em um momento no qual a população não tem uma perspectiva de melhora, não vê um horizonte. Muito pelo contrário, o aumento do desemprego, da informalidade, dos desmandos, coisas que vão além da legalidade, como milícias e etc.”.
“Nós, trabalhadores, muito preocupados com o rumo que o país está tomando, resolvemos fazer, junto com as demais centrais sindicais, eventos com as pessoas, personalidades, que pensam um Brasil melhor, mais humano, fraterno”, continuou.
“Nós temos visto Flávio Dino como uma pessoa que tem uma visão ampla, que é um exemplo de governabilidade em seu estado, provando que é possível melhorar a condição dos trabalhadores e da população em geral. Temos um problema sério no país, que precisamos enfrentar de mãos dadas. Por isso iniciamos hoje o debate “O Brasil que queremos”.
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ressaltou a necessidade de fortalecer os sindicatos, a partir da revogação das leis antissindicais. “Não existe estado nacional que exclui do debate os sindicatos e não reconhece a força da classe trabalhadora”.
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas, o Bira, disse concordar com a posição de Flávio Dino sobre uma frente ampla. “Nessa hora, nós não podemos, de forma nenhuma, afastar aqueles que não pensam, do ponto de vista da economia, dos direitos, como nós. Todos aqueles que não querem a ditadura no Brasil, que não querem o fascismo no Brasil, que defendem a democracia, devem ser recebidos na Frente Ampla, para que ela tenha força e a gente consiga isolar Bolsonaro”.
“Tem gente dizendo que temos que esperar chegar as eleições de 2022 e ganhar as eleições em cima do sangramento do Bolsonaro. Mas não é ele quem está sangrando, é povo, é o trabalhador sem emprego, sem salário, sem uma vida decente. Se a gente organizar bem a Frente, podemos almejar uma nova situação já nos próximos anos”, declarou.
O representante da Nova Central Sindical, Luizinho, disse que “o caminho não é esperar sangrar um pouco, mas iniciar um processo forte para começar a pedir o fim desse governo. Já derrubamos outros lá atrás, podemos também derrubá-lo. Há uma possibilidade real de derrotá-lo e dar fim ao seu projeto, o que é ainda mais importante”.
Para o sindicalista, “essa luta já começou no carnaval com as escolas de samba fazendo grandes protestos, sendo seguidas por massas muito grandes”.
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, disse que “precisamos estar juntos e botar o povo de pé para enfrentar o fascismo”.
Para ele, “Bolsonaro é um hipócrita, um mentiroso”. “Quando estava no Congresso Nacional, dizia que o presidente fazia chantagem para negociar as liberações de verbas de emendas, agora acusa os parlamentares de serem chantagistas”.
Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), rechaçou a convocação golpista de Jair Bolsonaro para manifestações no dia 15 contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). “Todos ficamos chocados com o que Bolsonaro fez. Convocou uma manifestação com foco em fechar o Congresso, o STF. Isso mostra que ele tem um projeto autoritário e que ele é fascista”.
“Esse tipo de debate entre os democratas é importante para que a gente consiga impedir o fascismo no Brasil, que tem como principal alvo a classe trabalhadora”.
SÉRGIO CRUZ E PEDRO BIANCO