Mais de 20 mil trabalhadores gregos se reuniram em frente ao Parlamento do país contra a proibição das greves de trabalhadores e a regulamentação dos leilões de imóveis que passarão a ser feitos online. Além das duas medidas, foram aprovados dia 15, 400 novos artigos para arrochar ainda mais o povo, todos acertados entre o governo do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e a Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).
As manifestações contra o pacote de maldades de Tsipras tiveram inicio na semana passada, organizadas pelos trabalhadores da Confederação Geral dos Trabalhadores da Grécia (GSEE) em parceria com a PAME (Frente Militante de todos os Trabalhadores). “O direito a greve foi reconquistado com suor e sangue há mais de três décadas”, disse Odysseus Trivalas, presidente do sindicato do setor público ao jornal The Guardian durante o protesto de segunda. Para o sindicalista grego, proibir as greves é uma proposta dos “banqueiros e investidores estrangeiros. Porém, não vamos facilitar. Nós iremos às ruas” porque trata-se de uma “medida para impossibilitar que os trabalhadores sejam ouvidos”.
Os protestos de segunda resultaram na paralisação durante 24 horas dos transportes públicos, controladores de voo, professores e outros funcionários públicos. Ao chegarem ao Parlamento para dizer não à votação, os manifestantes, até ali pacíficos, foram barrados pela tropa de choque de Tsipras, que não economizou na utilização de gás lacrimogêneo e cacetadas contra os manifestantes.
Para o comandante de navios aposentado, George Papaspyropoulos, o artigo relativo aos leilões de casas tem o objetivo de impedir qualquer protesto nos locais dos leilões. Sobre a proibição das greves, o aposentado afirmou que a medida “basicamente aboliu o direito de greve. Tais coisas aconteceram apenas durante a ditadura dos coronéis. Este governo é de esquerda somente em nome. De fato, é igual a uma ditadura”.
A agência EuroNews, o estudante Iasonas Andrianos afirmou que “se para o Governo os programas de ajuste são a opção, para nós a única alternativa é lutar, protestar e trabalhar para um futuro melhor. Este é o maior desafio para a minha geração. Esta situação é insuportável. Cerca de 500 mil jovens gregos formados deixaram o país para encontrar um emprego”.