Em entrevista à Folha de São Paulo, no último fim de semana, o vice-governador Márcio França (PSB), reafirmou sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes e disse que compreende uma candidatura do PSDB e que, apesar do confronto com os tucanos, terá o apoio da bancada e do governador: “Serei um dos candidatos do Alckmin. Ele fez essa opção quando me convidou para ser vice, sabendo que eu iria assumir”, afirmou.
“Temos boas relações com todos. Não preciso de nada muito especial. Sou fundador do PSB, não sou do PSDB. Tenho histórico de convivência com Miguel Arraes, Eduardo Campos. Meu partido tem posições que não são as do PSDB, visões mais sociais, uma visão de Estado diferente”, afirmou Márcio França.
No quadro nacional, França também salientou as boas relação do PSB. “A Marina já foi nossa, o Ciro já foi nosso, minha relação com Alckmin pesa. Tem a ver com quem vai fazer os gestos que ajudem o partido”, acrescentou França, ao analisar as possibilidades nacionais de seu partido, o PSB. Ele lembrou que Alckmin terá que renunciar porque a lei exige, “ele já disputou a Presidência numa eleição muito mais difícil que essa [em 2006], com o Lula em alta, e perdeu por 6%”, lembrou.
“Toda a minha chance é resultado do cargo. Sou conhecido por 7% do Estado, é um número muito baixo. Venho de um eleitorado restrito [da Baixada Santista]. Desde o início, tenho dito que seria candidato. Sendo franco, o governador é experiente. Quando ele me escolheu como vice, sabia que deixaria a sucessão comigo. Me sinto, de alguma forma, prestigiado e escolhido por ele”, prosseguiu Márcio França. “Eu seria uma novidade, mas com experiência. Acho que o paulista quer algo a mais, sem perder o que já conquistou. Quando você está no poder, como o PSDB, há muitos anos, há um esgotamento”, avaliou.
Perguntado se o PSB vai apoiar Alckmin, França respondeu que o partido deve ter candidato próprio. “Ele sabe que o PSB tem um respeito muito grande por ele, mas é um partido nacional. No nosso caso, boa parte da bancada de deputados e de diretórios estaduais seria favorável ao Alckmin, mas não queremos prejudicar ninguém”, disse. Ele lembrou os nomes de Aldo Rebelo e Joaquim Barbosa, o primeiro já está no PSB, e o segundo, em discussão com o partido.
“A candidatura do DEM em São Paulo tem a ver com o posicionamento nacional. Hoje, o DEM está bem pela força do Rodrigo Maia na presidência da Câmara. Os tempos de TV em São Paulo estarão divididos entre mim, PSDB e PMDB, com o Skaf. São os três que têm chance de chegar ao segundo turno”, analisou França. “Quem é do jogo percebe: o Márcio França vai assumir? Tem tempo de TV? Ele é competitivo. É a mesma lógica do Dória: eu falava que ele chegaria ao segundo turno quando tinha 2% e todo mundo dizia que ele não tinha chance”, frisou.
Sobre o PSDB não apoiá-lo, ele respondeu que não tem problema. “Eu compreenderei. Agora, acho que o PSDB deve fazer gestos no Brasil – Pernambuco, Brasília, Espírito Santo, Amapá. Lugares onde estamos na frente, para que não pensem que isso é por conta de São Paulo. Senão dá a impressão de que eu estou falando isso porque quero o apoio do PSDB aqui”, disse.