Começou à meia noite desta quinta-feira (18), a greve de 24 horas dos metroviários de São Paulo. Segundo Sindicato da categoria, o movimento é contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro, que têm leilão marcado pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para a próxima sexta-feira, 19.
Os metroviários se reuniram na noite de quarta-feira (17), em assembleia, e aprovaram a paralisação de 24 horas do serviço de transporte. Todas as linhas do metrô estarão em greve, com exceção da linha 4-amarela, que é operada pela iniciativa privada. A categoria também promoverá um ato na sexta-feira, a partir das 9h, na região da Bolsa de Valores de São Paulo, onde será realizado o leilão.
Segundo o coordenador geral do Sindicato, Raimundo Cordeiro, a licitação é direcionada. “O motivo da greve é o leilão de carta marcadas, que vai entregar o patrimônio público, a linha 5 e 17, para a CCR, empresa envolvida em grande escândalos de corrupção”, denunciou Cordeiro.
No dia 11 deste mês, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo divulgou que entrou com um pedido de suspensão do leilão das linhas na Justiça. A empresa CCR já opera a linha 4-amarela, a primeira a ser privatizada em São Paulo. A liminar ainda não saiu.
Raimundo denuncia ainda que o preço que o governo estipulou é irrisório. “Estão sendo vendidos vinte quilômetros, mas o valor que Alckmin estipulou não daria para construir nem um quilômetro”, denuncia. Segundo o sindicato, a previsão é que o contrato renda mais de R$ 10,8 bilhões. Porém o lance mínimo para obter as linhas é de R$ 189 milhões, com contrapartida de investimento de R$ 3 bilhões, ao longo de 20 anos.