O líder do PSB na Câmara dos Deputados, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), se reuniu nesta terça-feira (17) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e cobrou dele a suspensão da regra do teto de gastos (Emenda Constitucional 95/16) por dois anos como forma de superar a crise provocada pelo novo coronavírus. Segundo Molon, o ministro, que só pensa em beneficiar especuladores, discorda da medida.
Molon disse ainda que não se deve falar em meta fiscal numa situação como esta. “É um erro do governo continuar insistindo em manter a meta fiscal em um ano tão complicado como este”, disse. “A preocupação agora, para além da vida das pessoas, é a economia sobreviver”, opinou.
Para o deputado, todos os recursos necessários para o atendimento à saúde do brasileiro no Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser pedidos pelo governo e aprovados pelo Parlamento. “Portanto, um acréscimo de recursos sem limites e que se garanta também bolsas para estudantes de medicina, enfermagem e farmácia, para que tenhamos mais pessoal ajudando e atendendo aos doentes, seja do coronavírus, seja de outras doenças que sobrecarreguem os hospitais”, complementou.
O PSB defende ainda que os R$ 15,2 bilhões para emendas do relator-geral do Orçamento sejam destinados a ações para proteger saúde e emprego. “O Congresso deve entender que este momento é de fazer um gesto para o Brasil, e não de manter esses recursos aqui para garantir emendas de relator”, completou.
Molon também defendeu o estímulo à indústria nacional para produzir insumos para enfrentar a pandemia, como respiradores, máscaras e álcool em gel. Além disso, propôs também o aumento emergencial do Bolsa Família. “Os R$ 3 bilhões já anunciados a mais para o Bolsa Família são insuficientes”, opinou.
Ele cobrou ainda um programa de proteção específico para trabalhadores informais e intermitentes e renda básica para idosos, vulneráveis e “chefes únicos de família cujos filhos terão que ficar em casa e não terão merenda na escola”.
O deputado sugeriu ainda linhas de crédito específicas para o setor cultural, de turismo, de bares e restaurantes, além da criação de linhas de financiamento para investimento público em “obras intensivas, como construção civil e saneamento, daqui a três ou quatro meses, para quando a pandemia passar, para gerar contratação de pessoas”. “É preciso muito mais ousadia”, afirmou Molon sobre as medidas anunciadas pelo governo.
Fonte: Agência Brasil