“Achar que manter a circulação [de pessoas] para que a economia continue funcionando vai garantir algum crescimento, do meu ponto de vista, está errado”, diz presidente da Câmara
“O governo já deveria ter fechado as fronteiras, restringido os vôos internacionais e a circulação de pessoas e criado um plano de contingência”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Estas posições são comandadas pelo Poder Executivo”, lembrou o deputado durante entrevista coletiva, na terça-feira (17).
“Pelo o que eu vejo dos melhores exemplos no resto do mundo, já deveria ter criado um plano de contingência para o Rio de Janeiro e São Paulo, para que a circulação ficasse restrita àqueles que de fato precisam garantir o abastecimento de alimentos e de outras questões urgentes”.
Para Jair Bolsonaro, “esse vírus trouxe uma certa histeria. Tem alguns governadores que estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia”.
Rodrigo Maia, por outro lado, acredita que “a economia será afetada de qualquer jeito. Achar que manter a circulação para que a economia continue funcionando vai garantir algum crescimento, do meu ponto de vista, está errado. Na hora que os problemas começarem a aumentar, as pessoas vão ficar em casa”.
“O governo já deveria ter pensado em políticas públicas com uma ampliação do gasto público, como todos os países vêm fazendo, para que a redução do dano na economia seja garantida pelo Estado brasileiro”, orientou.
Jair Bolsonaro não participou da reunião do ministro da Saúde, Luiz Mandetta, com Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal, e Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Maia afirmou que a Câmara continuará funcionando, apesar da crise do coronavírus. “Nunca vai fechar. O Congresso brasileiro fechou só na ditadura e não vai fechar mais”, assegurou o presidente da Casa.
Até agora, somente funcionários e deputados com mais de 65 anos foram dispensados, mas a idade deverá diminuir para 60 anos. Um aplicativo está sendo desenvolvido para que os deputados possam votar à distância. Apenas a mesa diretora e as lideranças deverão estar presencialmente na Câmara para discutir a pauta da semana.