A Prefeitura de Mairiporã, na região metropolitana da capital paulista, decretou estado de calamidade pública na saúde gerada pelo avanço dos casos de febre amarela, na última terça-feira (16).
O decreto, publicado no último sábado (12), permite contratações emergenciais, a entrada forçada em imóveis particulares para combate do criadouro de mosquitos e o remanejamento de servidores para atender às demandas prioritárias da Secretaria Municipal de Saúde.
A cidade já possui 57 casos suspeitos de febre amarela, sendo que 13 já foram confirmados e, desses, seis resultaram em óbitos. Entre os que ainda aguardam confirmações, há dez mortes. Segundo a prefeitura, todos os casos foram registrados a partir de 13 de dezembro, tendo ocorrido o pico nos primeiros dias de 2018.
A grave situação de São Paulo, impulsionada pela demora na tomada de medidas preventivas e nos repetidos cortes de verba para controle de epidemias levou à Organização Mundial da Saúde (OMS) a considerar todo o estado de São Paulo como área de risco de febre amarela, também nesta terça-feira. Segundo o secretariado da entidade, a decisão foi tomada “considerando o aumento da atividade do vírus” observado na região.
Desde que o surto começou, 21 pessoas morreram no Estado de São Paulo. Dessas 21 mortes, 11 ocorreram nos 16 primeiros dias de 2018. A confirmação dos casos de febre amarela é demorada, entre sete e 10 dias, o que retarda também os balanços oficiais.
O avanço mais acelerado da febre amarela também é visto em Minas Gerais que já soma 15 mortes pela doença desde dezembro de 2017. Segundo os dados da Secretaria de Estado de Saúde de MG, nove mortes são de pacientes da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Nesta terça-feira, a Prefeitura de Nova Lima, também na região metropolitana, decretou situação de emergência em saúde pública após confirmar, por meio de exames, o quinto óbito pela doença na cidade.
CORTES
Enquanto o governo federal diz estar tomando providências o que se percebe é a falta de ação. Apenas agora, com os números de mortes explodindo na região sudeste, tomou-se a decisão de imunizar parte da população de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Em meio ao surto, a política de cortes e arrocho conduzida pelo governo Temer está diretamente ligada ao surto. Levantamento do jornal “O Globo”, aponta que, somente no ano de 2017, a verba para situações de epidemias foi cortada em 33%. O investimento caiu de R$ 30 para R$ 20 milhões, em comparação com 2016.