A Polícia Federal concluiu que o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu R$ 65 milhões em propina e doações para caixa 2 de campanha das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Em relatório das investigações, a PF afirma que existem “elementos probatórios concretos de autoria e materialidade para se atestar que estão presentes indícios suficientes” de que Aécio praticou o crime de corrupção passiva.
De acordo com a PF, a Odebrecht pagou R$ 29.990.324,00 e a Andrade Gutierrez pagou R$ 35 milhões para que Aécio atuasse em favor de projetos de interesse das empreiteiras no período entre 2008 e 2011, quando ele foi governador de Minas Gerais.
As investigações “permitem afirmar que entre os anos de 2008 e 2011, o senhor Aécio Neves da Cunha, no exercício dos mandatos de Governador do Estado de Minas Gerais” recebeu valores “indevidos do Grupo Odebrecht e da Construtora Andrade Gutierrez no montante de R$ 64.990.324,00, sendo parte relevante desta quantia fora do período eleitoral”, diz o relatório.
Os pagamentos aconteceram em espécies ou através de contas no exterior.
As investigações começaram em 2017, após as delações premiadas do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e do executivo da empresa, Henrique Valladares. A PF admite que as delações foram “efetivas e eficazes”.
Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) decide se denuncia o deputado para o Supremo Tribunal Federal (STF) ou leva o caso para a primeira instância, pelos fatos terem acontecido antes dele ser deputado federal.