O governador Flávio Dino (PCdoB) criticou Bolsonaro e suas medidas para atrapalhar a ação dos governadores contra a contaminação do coronavírus.
Na noite de sexta-feira (20) Bolsonaro editou decretos e uma medida provisória (MP) que visam restringir a ação dos governadores.
“A atuação dos governos estaduais em proteção à saúde da população está amparada pela Constituição Federal e por leis federais. Medida provisória editada por Bolsonaro não muda essa realidade jurídica. Só é mais um problema político, aliás desnecessário”, disse Flávio Dino na rede social.
“Infelizmente é uma atitude individual do presidente da República que nós torcemos para que mude, porque não queremos fazer disputa política neste momento. Porque temos responsabilidade”, afirmou o governador maranhense em pronunciamento durante entrevista coletiva no sábado (21).
“Não é hora de brigar com a China”, prosseguiu, “não é hora de brigar com os governadores. É hora de brigar contra o vírus. Brigar contra a pandemia. É hora de preservar a saúde das pessoas, cuidar dos profissionais de saúde. Essa é uma atitude patriótica. Essa é uma atitude séria”.
“E é isso que nós estamos esperando que o presidente da República passe a adotar daqui para frente, ainda há tempo. E é dever dele, dele e só dele. Porque, por mais que nós façamos, não podemos fazer sozinhos. E essa é uma solidão muito dura que nós enfrentamos hoje”, continuou Flávio Dino, externado sua irritação em alguns momentos da entrevista.
O chefe do executivo maranhense citou os esforços que os governadores estão fazendo para se coordenarem no combate ao coronavírus, na ausência do governo federal. “Nós estamos, os governadores, lutando para nos coordenarmos em grupos de WhatsApp, em conferências quase que diárias que estamos fazendo exatamente para suprir essa ausência de coordenação nacional que nós esperamos que o presidente da República e toda a sua equipe, não só o ministro da Saúde, assuma a partir desse momento”, declarou.
O governador anunciou que está tomando várias medidas em seu estado. Pelas redes sociais ele informou que editou decreto suspendendo atividades comerciais e serviços não essenciais. “A medida visa reduzir a circulação de pessoas e evitar contaminações com coronavírus. Conto com a colaboração de todos”, disse.
Na sexta-feira ele determinou a suspensão do transporte interestadual de passageiros via ônibus nos próximos 15 dias.
O governador informou ainda que está finalizando a ampliação do hospital de Coroatá, onde serão instalados mais leitos de UTI exclusivos para casos graves de coronavírus.
“Nesta sexta, contratamos mais 30 leitos de UTI que ficarão reservados exclusivamente para casos graves de coronavírus. Lembro que, em média, cerca de 5% dos casos chegam a necessitar de leitos de UTI, enquanto a imensa maioria é tratada em casa. Essa é a experiência internacional”, disse.
Ainda na rede social ele revelou o segundo caso de contaminação pelo vírus no estado.
“Tivemos há pouco a confirmação do 2º caso de coronavírus no Maranhão. Uma mulher, 37 anos, paciente da rede privada, que teve contato com um estrangeiro. [A] Paciente não apresenta sintomas graves”, escreveu.
Na sexta-feira (20) foi revelado o primeiro caso no Maranhão.