O fundador e dono do Giraffas, Carlos Guerra, desautorizou seu filho, Alexandre Guerra, a falar em nome da empresa sobre o coronavírus. Ele ainda anunciou o afastamento do filho da sociedade e do conselho de administração da rede.
Carlos Guerra divulgou um vídeo na quarta-feira (25) se manifestando de maneira oposta à do filho, defendendo as recomendações das autoridades médicas e a quarentena remunerada de seus funcionários. Segundo ele, os colaboradores da empresa estão de férias coletivas e não perderão seus empregos.
“Não apoiamos este governo, na verdade, não apoiamos nenhum governo”, diz Carlos Guerra, logo depois de dizer que quer restabelecer a verdade sobre a posição da empresa. “Somos uma empresa pluralista”, ressalta no vídeo. “Nesse momento somente eu estou autorizado a fazer declarações pela empresa”.
“Alexandre Guerra é meu filho e fez gravações que não concordamos e pedimos que não fossem conectadas ou vinculadas ao Giraffas. Infelizmente, isso aconteceu. Ele estava tentando falar para um grupo de empresários que assessora. Concordamos que ele deixe de ser acionista da empresa e deixe o cargo de membro do conselho de administração. Ele não trabalha na empresa há mais de quatro anos. A relação entre pai e filho continuará próxima e amigável porque em casa sabemos conviver com o contraditório”, disse o empresário.
Veja aqui o vídeo:
“O nosso posicionamento sobre essa crise é aquele que eu me referi num filme que gravei para os nossos colaboradores nesta última sexta-feira (20). Pedindo para eles ficarem em casa, tomarem o máximo de cuidado possível, colocando-os de férias coletivas remuneradas, dizendo a eles que fiquem despreocupados que terão seus empregos na hora do retorno ao trabalho”, diz o fundador do Giraffas.
“Em relação à crise em si, nós estamos concordando e estamos obedecendo às autoridades médicas responsáveis, de ficarmos em casa, de obedecermos esse isolamento até que o nosso sistema de saúde seja capaz de determinar uma política diferente”, destaca Carlos Guerra. A empresa nasceu em Brasília e tem mais de quatro centenas de franquias por todo o país.
No vídeo, o filho (Alexande) do dono do Giraffas aterroriza os empregados com a perda do emprego e debocha da quarentena.
“Você que é funcionário, que talvez esteja em casa numa boa, numa tranquilidade, curtindo um pouco esse home office, esse descanso forçado, você já se deu conta de que, ao invés de estar com medo de pegar esse vírus, você deveria também estar com medo de perder o emprego? Será que sua empresa tem condições de segurar o seu salário por 60, 90 dias? Você já pensou nisso?”, disse ele no Instagram.
As declarações dele geraram indignação e pedidos de boicote à empresa.
Alexandre foi o oitavo colocado na eleição para o governo do Distrito Federal em 2018. Candidato pelo Novo, recebeu 63.261 votos (4,19% dos válidos no primeiro turno).
A posição do fundador do Giraffas vai no sentido contrário de Junior Durski, dono do restaurante Madero e outros restaurantes. Durski postou um vídeo no Instagram, na segunda-feira, 23, criticando as medidas adotadas pelas autoridades brasileiras para combate ao novo coronavírus. Para ele, a decisão dos governos de São Paulo e Rio de Janeiro, de limitar a circulação de pessoas e exigir o fechamento de comércios, é mais prejudicial ao Brasil do que a morte de “5 ou 7 mil pessoas”. Depois da repercussão negativa de suas declarações, Durski voltou a reafirmá-las e disse que não se “arrepende” delas.
Com informações do site Congresso em Foco
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