O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, declarou, em videoconferência com economistas do Santander, na quinta-feira (2), que “o presidente do Banco do Brasil tem de tratar de liquidez e não sobre isolamento vertical”.
Maia se referia à mensagem “caiam na real” encaminhada pelo presidente do BB, Rubem Novaes, via WhatsApp. A mensagem estava acompanhada do vídeo irresponsável de Bolsonaro insuflando uma seguidora a pedir a abertura do comércio e o fim do isolamento social, abertamente contrário às orientações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde.
Rubem Novaes, oriundo da Universidade de Chicago, onde foi colega de Paulo Guedes, está desesperado em ter que abrir os cofres do banco público para que o setor produtivo tenha condições de enfrentar o coronavírus e a recessão que se avizinha, garantindo os recursos para as micro, pequenas e médias empresas e renda para os trabalhadores.
Questionado sobre a divulgação do vídeo, o “Chicago Boy” destemperou-se contra as ações que os governadores e prefeitos vêm fazendo para conter o avanço da doença, assim como vêm fazendo governantes em todo o mundo.
“Governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca”, disse Rubem Novaes, minimizando a gravidade da pandemia e a crise econômica no Brasil e no mundo. “Não podemos deixar que esta crise médica, por mais séria que seja, destrua as bases de nossa sociedade”, disse Moraes, omitindo que a base de sua sociedade é aquela que explora e se beneficia o sistema financeiro.
Na videoconferência, Rodrigo Maia disse que liberar coisas a conta-gotas causa muita confusão. “Nossa preocupação deve ser blindar em focar no que tem relação com a crise, no que é provisório e no que é preciso para ter os melhores resultados, isso é o que temos de ter em mente.
Maia acrescentou que espera do Banco Central (BC) transparência neste momento de crise aguda provocada pelo coronavírus e defendeu que a autoridade monetária atue para ajudar empresas de microcrédito.
O deputado ressaltou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos, não pode entrar no mercado para socorrer quem especulou. “Óbvio que ele não vai entrar nisso. Mas o BC precisa garantir a liquidez que o sistema financeiro não tem conseguido para quem precisa do apoio para funcionar e prestar seus serviços”, disse Maia.
O presidente da Câmara defendeu também mais agilidade da direção da Caixa Econômica Federal para pôr em prática as ações que foram aprovadas pelo Congresso Nacional, para atenuar os efeitos do coronavírus na economia.