O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro concluiu a perícia das imagens do circuito interno da cadeia de Benfica, na Zona Norte do Rio, no dia em que o ex-governador Anthony Garotinho diz ter sido agredido. O laudo apontou que as imagens foram editadas. Com isso, segundo os peritos da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (Dedit) do MP-RJ, não seria possível afirmar que não houve invasão à cela.
No período em que esteve preso, em novembro do ano passado, o ex-governador informou que foi agredido no joelho com um taco de beisebol. Conforme a versão do ex-governador, um homem de aproximadamente 1,70 m de altura teria invadido sua cela portando algo parecido com um taco de beisebol e usado o instrumento para desferir um golpe em seu joelho.
Segundo a perícia, houve interferência na captação dos vídeos e três câmeras foram desligadas no dia da suposta agressão. Ainda de acordo com o laudo, foram identificadas “interrupções atípicas” e evidência de “interferência humana” na captação dos vídeos, que não mostram a presença do suposto agressor nos corredores que dão acesso à cela onde Garotinho estava detido.
Na cadeia de Benfica estavam presos o ex-governador Sérgio Cabral, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado afastado Jorge Picciani, e os deputados afastados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, além de ex-secretários e ex-assessores do governo Cabral.
Eles são considerados desafetos políticos de Garotinho, que os denunciou inúmeras vezes, tendo inclusive divulgado a famosa foto dos guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris.