Os agentes penitenciários da França entraram em greve, paralisando pelo menos 130 presídios, de um total de 188, na manhã da segunda-feira (22). O movimento teve início há uma semana, após mais um ataque, onde três agentes foram esfaqueados por um detento em uma prisão na comuna de Vendin-le-Vieil, no Pas-de-Calais.
“As equipes de vigilância estão cansadas e furiosas. É uma mobilização difícil, mas não vai parar se o governo propuser apenas medidas paliativas”, advertiu o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT) para as penitenciárias, Christopher Dorangeville, ao comentar a última proposta do governo em resposta às mobilizações. A greve está sendo organizada pelo sindicato UFAP em conjunto com a CGT e a União Nacional das Penitenciárias – Força de Trabalho (FO), os três principais sindicatos do setor.
Nas penitenciárias que aderiram à greve, os guardas levantaram barricadas na entrada dos presídios impedindo a entrada ou saída de qualquer pessoa. De acordo com os sindicatos, o alto nível de mobilização alcançado nos centros penitenciários se deu em protesto contra as constantes agressões de presos aos funcionários dos presídios.
Em resposta à crise, o governo apresentou uma proposta prevendo a contratação de apenas 100 novos guardas para o ano de 2018 (1.100 nos próximos 4 anos). A proposta foi rejeitada pelo movimento grevista por “estar bem abaixo das expectativas dos colegas mobilizados”, declarou Dorangeville no domingo, que salientou outros problemas, “particularmente no que diz respeito aos subsídios e as condições de trabalho dos 28 mil supervisores, além de não tratar em nenhum momento de aumento salarial”.
Dizendo estar comprometida com a segurança dos presídios, a proposta do governo não tratou de novos investimentos para melhora ou construção de novos presídios, mencionando apenas algumas medidas administrativas, como a adoção de um regime de detenção especial para os “presos terroristas”.