O PDT apresentou na quarta-feira (22) um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro.
O documento é assinado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, e pelo vice-presidente, Ciro Gomes, candidato à Presidência do República pela legenda em 2018.
“O pedido traz diferentes argumentos que expõem as ameaças à democracia feitas pelo atual presidente”, afirmou Carlos Lupi pelo Twitter.
“O papel do PDT é defender a democracia e a saúde do povo brasileiro”.
Entretanto, Lupi avisou que “caberá à Câmara dos Deputados analisar se aceita ou não votar o nosso pedido”.
O tanto faz do presidente do PDT não é à toa. Se fosse o caso de apresentar um pedido de impeachment para valer, ele não seria feito por um único partido.
Basta ver como foram os pedidos de impeachment de Fernando Collor e de Dilma Rousseff.
O de Collor foi assinado por Barbosa Lima Sobrinho, então presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e por Marcello Lavenère, então presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
E o de Dilma Roussef foi assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Conceição Paschoal.
Pedidos de Impeachment crescem quando vêm da sociedade para a Câmara e não do partido a ou b que milita dentro dela.
Lupi justificou o pedido “diante da irresponsabilidade do presidente em meio à pandemia, estimulando indiretamente a contaminação de milhares de pessoas, e dos seus ataques constantes ao Congresso, Judiciário e à imprensa livre”.
Ciro Gomes, também pelo Twitter, explicou que a legenda entrou com a representação contra Bolsonaro “por cometimento de crimes de responsabilidade contra a saúde do povo e contra o regular funcionamento das instituições democráticas e a federação”.
“Chega de notinha de repúdio! Temos que confrontar, qualquer que seja a dificuldade política ou ameaças, a conduta criminosa de Bolsonaro!”, frisou Ciro.
O partido lista uma série de ações de Bolsonaro que classifica como crime de responsabilidade.
Segundo o PDT, Bolsonaro atenta contra os direitos e garantias individuais dos cidadãos. Essa conduta teria se configurado na participação do presidente em manifestações antidemocráticas e golpistas, como as do último fim de semana.
“O atentado contra o exercício dos direitos e garantias individuais ressumbre iniludível pelas intensas odes à ditadura e à imposição de atos institucionais autoritários, como o AI-5. Como é cediço, o Ato Institucional no 5 foi um decreto emitido pela Ditadura Militar, entendido como o marco que inaugurou o período mais sombrio dos anos de chumbo”, diz a legenda.
No pedido, o comportamento de Bolsonaro na pandemia também é denunciado como criminoso.