O total de desempregados, inscritos no sistema de busca de empregos da França (Pôle d’Emploi) apresentou uma alta de 0,013%, em dezembro de 2017, com relação aos trabalhadores em igual situação no mês de novembro, nas regiões metropolitanas. O número de pessoas nesta condição atingiu 6.278.000, 17,09% da força de trabalho.
A Central Geral dos Trabalhadores da França (CGT) denunciou que o ataque aos direitos trabalhistas impostos pelas medidas de Holland e completado pelo atual presidente, Emmanuel Macron, além de piorar as condições de estabilidade, jornada e negociação coletiva dos trabalhadores, não aumentou a quantidade de postos de trabalho, contrapartida prometida aos franceses, mas, ao contrário, aumentou o desemprego.
“Durante os últimos anos, o aumento de empregos precários vem junto com o aumento nas cifras de desemprego. É o que acontece em 2017”, afirma a Central francesa no seu documento intitulado “Precariedade durável? Não muito obrigado”.
Assim como acontece no conjunto dos países capitalistas de hoje, as estatísticas são manipuladas para esconder a real e grave situação dos trabalhadores. É assim que o número divulgado pelas autoridades francesas e repercutido pela mídia. No caso da França, é o percentual dos trabalhadores da chamada Categoria A, ou denominada de “desemprego total”. As pessoas nessa categoria são, de acordo com as publicações oficiais das agências de emprego estatais, “as que procuram emprego de forma sistemática [a cada 15 dias] e atendem a todos os chamados da agência e não chegaram a trabalhar “em qualquer regime de contrato” por 78 horas no mês anterior. Quem preenche todas estas condições é que é considerado “desempregado” de acordo com a noção estatística francesa. Aí o desemprego ficou em 9,4% ao final de 2017, um total de 3.451.400 trabalhadores.
A CGT denuncia que o patronato se aproveita das perda de direitos dos trabalhadores para aumentar a exploração, “passa à supressão massiva de empregos para aumentar seus lucros e benefícios”.
Diante disso, a CGT afirma que “se deve lutar, mais do que nunca, contra a precariedade e notadamente contra o desenvolvimento e o fracionamento dos contratos de curta jornada e curta contratação”.
“O patronato é gravemente responsável, em cumplicidade com o governo, que aumentou a fragilidade dos salários mais baixos e os empregos precários”, acrescenta a CGT.
NATHANIEL BRAIA