Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que consultou mais de 700 empresários, entre 1º a 3 de abril, aponta que as dificuldades para ser ter acesso ao crédito aumentaram em meio à pandemia do coronavírus. A CNT afirma que mais de 90% do setor de transportes foi afetado negativamente pela pandemia e que a maioria dos empresários defendem que é fundamental que sejam adotadas rapidamente ações governamentais, que facilitem o acesso às empresas ao capital de giro, com taxas reduzidas, prazos e carência estendidos.
Segundo a “Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19”, 71,1% das transportadoras estão enfrentando problemas de caixa e severo comprometimento da capacidade de realizar os pagamentos correntes, como a folha de pagamentos e os fornecedores, por exemplo. A pesquisa também diz que 53,7% das empresas tinham recursos para no máximo um mês de operação, e 28,2% não suportariam 30 dias sem apoio financeiro adicional.
De acordo com a entidade, em março, 85,3% das empresas de transporte perceberam redução em sua demanda, em comparação ao usual para o período. 61,6% afirmaram que a demanda reduziu muito. No entanto, o setor diz ter ajustado suas rotinas de trabalho de forma a manter ao máximo seu contingente de mão de obra e não demitir.
As empresas reclamam que a taxa de juros está mais alta do que o cobrado antes da pandemia, o que onera ainda mais as operações. Segundo a pesquisa, 35,4% dos participantes que buscaram por crédito identificaram que o acesso ao capital de giro já está mais difícil.
51,9% das transportadoras entendem que a medida mais importante de apoio ao setor é a disponibilização de linhas de crédito pelo governo federal, com carência estendida e taxas de juros reduzidas, incluindo capital de giro, de forma ampla e sem restrição ao porte da empresa.
A CNT entende que o governo federal deva implementar ações governamentais de apoio imediato às transportadoras e que o BNDES tem as condições para ajudar as empresas que estão apresentando problemas de fluxo de caixa durante a crise.
“Essa ajuda é primordial para que não haja interrupções na prestação dos serviços e, assim, se garantam o abastecimento das cidades e a mobilidade das pessoas. Nossa atividade é essencial para a superação da crise e para a posterior retomada do crescimento. Afinal, o transporte move e promove o país”, afirma a entidade.
A CNT defende ainda, que sejam elaborados “planos de retomada gradual da economia, respeitando-se a primordialidade da manutenção da vida da população e conciliando-a com a sobrevivência das empresas, base da organização social e do desenvolvimento”.