Instituto Ideia Big Data mostra que dos 41% de avaliação negativa, 25 pontos agora são de “péssimo” e 16% de “ruim”. Uma semana antes essas taxas eram respectivamente 19% e 15%
No dia em que o Ministério da Saúde divulga que a pandemia do coronavírus já matou 6.750 pessoas e já infectou outros 96.559 brasileiros. Neste mesmo dia 2 de maio, em que 421 pessoas morreram em apenas 24 horas, saiu também a divulgação da pesquisa Ideia Big Data, realizada entre 28 e 29 de abril, mostrando que explodiu a rejeição dos brasileiros ao governo Bolsonaro.
Depois de demitir os dois ministros mais populares do governo, admitir usar a Polícia Federal em causa própria e desprezar milhares de mortes por Covid-19, Jair Bolsonaro perdeu oito pontos de popularidade em uma semana e voltou à menor taxa de ótimo e bom de seu governo e bater o recorde de avaliações negativas desde a posse: 41%.
Dos 41% de avaliação negativa, 25 pontos agora são de “péssimo” e 16% de “ruim”. Apenas uma semana antes essas taxas eram respectivamente 19% e 15%. Ou seja, a turma do “péssimo” cresceu tanto que quase se equivale à soma dos que avaliam o governo como ótimo ou bom.
Quando a pergunta se refere ao presidente, a queda também fica evidenciada: “Aprova ou desaprova a maneira como Jair Bolsonaro está lidando com seu trabalho como presidente?” O time dos que aprovam a figura presidencial em si encolheu os mesmos oito pontos, foi de 30% para 22%.
Ou seja, há menos brasileiros de acordo com as atitudes do presidente (22%) do que os que consideram seu governo ótimo ou bom (28%). Esse descolamento entre as duas taxas vai para a conta pessoal de Bolsonaro. Ele é pior do que seu governo para ao menos um quinto dos que acham que o ministério faz algo de bom ou ótimo.
Bolsonaro construiu o aumento de sua rejeição após cada aparição pública, após cada entrevista e seu desrespeito com as famílias que perderam entes queridos. Brigou com governadores, fritou Mandetta, humilhou Moro.
Desrespeitou a Constituição, provocou o Congresso Nacional, atacou o Supremo. Acumulou desgaste na opinião pública quase todos os dias. A demitir o Ministro da Saúde e forçar a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça, o presidente desencadeou a avalanche vista esta semana, mas as causas para sua aprovação rolar ladeira abaixo se somam há tempos.
O instituto fez 1.609 entrevistas ponderadas para representarem as mesmas proporções de idade, gênero, escolaridade, classe social e divisão regional da população brasileira de 18 anos ou mais. A margem de erro máxima é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. A queda de Bolsonaro foi maior nas classe AB e C. Nas classes D e E ele também caiu, mas em com menor velocidade.
Desempenho por faixas de renda mostra queda em todas elas
Fonte: Ideia Big Data e Revista Piaui