O governo do Ceará entrará na Justiça contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) por ter feito uma falsa acusação em rede nacional, dizendo que o executivo cearense estava fraudando o número de mortos por Covid-19.
Através das redes sociais, o governo do Ceará declarou que “repudia, de forma veemente, as declarações levianas e inconsequências proferidas pela deputada federal Carla Zambelli, em entrevista à Rádio Bandeirantes, na última quarta-feira (29), em que levanta suspeitas sobre as mortes em decorrência da Covid-19 no Ceará”.
Na entrevista, a deputada adepta das fake news disse que “no Ceará, tem caixão sendo enterrado vazio, tem uma foto de uma moça carregando caixão com os dedinhos”.
O governo do estado declarou que “tais declarações são um insulto aos profissionais de saúde cearenses e um desrespeito à família das vítimas, que já sofrem neste momento tão difícil” e ele “está tomando as medidas jurídicas cabíveis”.
O próprio governador, Camilo Santana (PT), tem se esforçado para desconstruir mentiras levantadas sobre as ações do governo para conter a doença.
“Algumas pessoas estão espalhando Fake News dizendo que serviços essenciais serão fechados no Ceará. MENTIRA. Nenhum decreto do estado prevê qualquer fechamento desses serviços, como supermercados, farmácias, postos, padarias etc. São pessoas querendo provocar pânico na população”, publicou em seu Twitter, sem citar nomes.
Carla Zambelli é casada com o diretor da Força Nacional de Segurança, Antônio Aginaldo de Oliveira, coronel da PM do Ceará, que elogiou e estimulou os policiais amotinados cearenses, chamando-os de “gigantes” e “corajosos”.
O movimento de parte dos policiais cearenses, em fevereiro, deixou um saldo de, pelo menos, 241 mortes durante os nove dias do motim elogiado pelo coronel em todo o estado.
O motim foi insuflado por políticos bolsonaristas ligados às milícias.
O senador Cid Gomes (PDT-CE) foi uma das vítimas do movimento ilegal, atingido por duas balas no peito, das cinco (5) atiradas contra si, quando tentou derrubar, com uma retroescavadeira, uma barreira que impedia os policiais de trabalhar. Felizmente o senador não foi atingido mortalmente e passa bem.
Viaturas policiais foram quebradas e pneus esvaziados durante o motim. Bandos encapuzados, com motos e viaturas tomadas da polícia, aterrorizaram os comerciantes e os obrigaram a fechar as portas dos seus estabelecimentos.
O senador Major Olímpio (PSL-SP), que também estava no Estado para buscar uma solução para o conflito, criticou a atitude dos envolvidos, dizendo que “isso não é conduta de Polícia”.
“Não posso concordar com movimento como eu vi, policiais encapuzados feito bandidos black blocs, viaturas arranhadas e depredadas, viaturas de corporações policiais e bombeiros sendo arrebatadas na rua por pseudo policiais mascarados armados”, lamentou.