A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado, realizou um estudo com uma série de simulações baseadas nos dados das estatais Caixa e Dataprev, divulgadas no dia 1º de maio.
Segundo os dados, divulgados nesta quinta-feira (07), o auxílio emergencial de R$600, aprovado pelo Congresso Nacional para atender brasileiros em maior estado de vulnerabilidade social, poderá ser necessário para metade da população do país, sendo preciso chegar a 112 milhões, devido à crise agravada pelo coronavírus.
Hoje, segundo os dados apresentados pela DataPrev, foram eleitos 50,5 milhões de pessoas para receber o auxílio. Aproximadamente 97 milhões se cadastraram para receber o auxílio, mas desses, 30 milhões tiveram o pedido negado e outro 13 milhões terão de refazer o cadastro.
Contudo, segundo os dados do IFI, em um cenário otimista mais de 80 milhões de brasileiros precisarão do benefício. No pior dos casos 112 milhões de pessoas, 53% da população precisará do auxílio para seu sustento.
Há três grupos de pessoas que receberão o auxílio, no primeiro estão trabalhadores informais e os chamados contribuintes individuais, pessoas que pagam a previdência pública “por conta” (RGPS) e os microempreendedores individuais (MEIs) que se cadastraram via aplicativo da Caixa. São 20 milhões dos 46 milhões de cadastrados já recebendo.
Mas segundo as projeções, esse número deve aumentar para 40 milhões no principal cenário da IFI, que considera que será mantido o percentual de aprovação de 66% dos cadastrados. Até o momento, 10,8 milhões tiveram o benefício negado, 13,7 milhões terão de completar o cadastro e 1 milhão ainda espera processamento dos dados.
O segundo é formado por cidadãos que já recebiam o Bolsa Família e que agora recebem o auxílio. No total são 19,2 milhões de pessoas que já estão recebendo, segundo os dados Caixa. A expectativa é que o número de beneficiados suba para 19, 9 milhões o total de beneficiários do programa Bolsa Família.
O terceiro grupo é composto pelos cidadãos que estão inscritos no Cadastro Único do governo, mas que não recebiam Bolsa Família. Desses, apenas um terço dos cadastrados estão recebendo o auxílio, são 10,8 milhões, e cerca de 20 milhões que tiveram o acesso ao benefício negado. Mas, segundo as projeções, o número de beneficiários desse grupo deve chegar a pelo menos 20 milhões.
“É muito difícil saber a quantidade total das pessoas que vão perder emprego e renda. O pessoal do grupo 3 já está em uma certa situação de vulnerabilidade e pode acabar perdendo renda com a deterioração da economia e alimentar o contingente final de elegíveis. O aumento do desemprego elevará o número de elegíveis”, afirma o analista da IFI Alessandro Casalecchi, responsável pelo estudo.
Os cálculos consideram apenas as regras vigentes. Recentemente o Senado aprovou projeto que aumenta as categorias contempladas pelo auxílio emergencial como motoristas de aplicativos, taxistas, caminhoneiros, músicos, pescadores artesanais, catadores de materiais recicláveis, mães adolescentes e pais solteiros, entre outras mudanças.
Até o dia 1º deste mês, 40,8 milhões receberam o benefício de R$ 600 (82% dos beneficiados). Outros 9,2 milhões sacaram R$ 1,2 mil (mães solteiras).